As atividades de colheita da temporada 2020/21 estão ganhando ritmo neste final de mês, segundo colaboradores do Cepea. Alguns agentes ressaltam que a colheita manual (realizada na Zona da Mata, Sul de Minas e algumas localidades de São Paulo) pode ser um pouco mais lenta nesta temporada, devido à pandemia do coronavírus. Ainda que não tenham sido relatados grandes problemas, alguns produtores têm optado por trazer um menor número de colhedores de outras regiões, para facilitar a adaptação dos alojamentos e do transporte. Este cenário também tem levantado dúvidas quanto ao impacto na produção de café cereja – a colheita deste tipo deve ser mais acelerada, para evitar que os grãos sequem. As preocupações quanto à mão de obra em tempos de pandemia também têm sido motivo de alerta em outras origens. Segundo agências de notícias internacionais, países da América Central e a Colômbia relatam dificuldades na contratação de colhedores, devido aos problemas de adaptação dentro das próprias fazendas e às restrições na circulação de pessoas entre países vizinhos – é bastante comum que parte da mão de obra venha de fora destes países.
ARROZ: CÂMBIO IMPACTA PARIDADES E AUMENTA "QUEDA DE BRAÇO"
A oscilação da taxa de câmbio tem impactado diretamente nas paridades de exportação e importação. De 19 a 26 de maio, o dólar esteve entre R$ 5,73 e R$ 5,34, baixa de 6,87%, cenário que reduziu as paridades de produtos transacionáveis internacionalmente. Com isso, segundo pesquisadores do Cepea, compradores de arroz em casca buscaram adquirir o produto a preços menores, enquanto vendedores optaram por postergar novos negócios, aguardando possíveis retomadas de altas do câmbio. Como resultado, houve acirramento da “queda de braço” entre esses agentes e redução da liquidez. Quanto aos preços do casca, oscilaram nos últimos dias, mas ainda acumularam altas, voltando a atingir patamares recordes nominais em praticamente todas as regiões consultadas pelo Cepea. O Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros (média ponderada), subiu 3,2% de 19 a 26 de maio, fechando a R$ 62,94/sc de 50 kg no dia 26.
ALGODÃO: VENDEDOR SEGUE FIRME E INDICADOR, EM ALTA
Vendedores de algodão em pluma, quando estão ativos nas negociações, continuam firmes nos valores pedidos. Assim, as cotações seguem em alta no mercado interno. Entre 19 e 26 de maio, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, aumentou 3,12%, fechando a R$ 2,6951/lp na terça-feira, 26. De acordo com informações do Cepea, de modo geral, alguns vendedores estão retraídos devido ao bom ritmo das exportações na parcial de maio – que, inclusive, registram remuneração bem acima da negociação interna. Até a terceira semana de maio (15 dias úteis), segundo a Secex, a média diária das exportações de algodão esteve em 3,9 mil toneladas, 4,4% acima das 3,8 mil toneladas de um ano atrás.