A colheita da safra 2022/23 de arábica está ganhando ritmo, porém, a quantidade de café novo a chegar no mercado nacional segue limitada, com o volume de negócios sendo fechados no spot está abaixo do esperado para a época. Os fechamentos para entregas futuras também estão lentos, uma vez que a maior parte dos cafeicultores está cautelosa, devido às incertezas em relação ao clima no Brasil e à oferta do grão. Colaboradores do Cepea seguem reportando dificuldades na contratação de mão de obra e aumento dos gastos com colhedores. Além disso, têm crescido as reclamações de quebra de rendimento na secagem dos grãos. Esse cenário reforça as preocupações em relação aos custos de produção desta temporada, que já vinham sendo impulsionados pela elevação dos preços dos insumos e combustível. Para o robusta, a colheita avança gradualmente. Cafeicultores também continuam relatando problemas na contratação de mão de obra. Colaboradores do Cepea alegam que, nos locais onde a colheita é predominantemente manual, cafés estão secando nos pés, em decorrência da falta de trabalhadores, fator que pode influenciar no volume final da produção.
ARROZ: PREÇO SE RECUPERA NESTE ANO, MAS AINDA ESTÁ ABAIXO DO PATAMAR DO 1º SEM DE 2021
Os preços médios do arroz em casca vêm se recuperando neste primeiro semestre de 2022 em relação à segunda metade do ano passado. Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso vem da menor oferta, sobretudo frente às estimativas iniciais – atualmente, a disponibilidade interna está prevista para ser a menor em três anos. Ainda conforme pesquisadores do Cepea, os maiores preços internacionais e paridades de exportação e importação também influenciaram a recuperação das cotações domésticas. Mesmo assim, a média semestral está bastante inferior à registrada no mesmo período de 2021. Nesta parcial de junho (até o dia 28), a média do Indicador CEPEA/IRGA-RS do arroz em casca (58% de grãos inteiros e pagamento à vista) está em R$ 72,48/sc de 50 kg, elevação de 16% frente à de dez/21 (R$ 62,47/sc de 50 kg), em termos nominais. Porém, na parcial do primeiro semestre de 2022 (até o dia 28 de junho), a média do Indicador está em R$ 70,97/sc de 50 kg, 16,2% inferior à da primeira metade de 2021 (R$ 84,67/sc, a maior da série do Cepea para o período), também em termos nominais. Na comparação com o segundo semestre de 2021 (R$ 70,65/sc), o avanço é de 0,5%. Assim, apesar de a média semestral deste ano ser a segunda maior para o período, em termos nominais, desde 2005, quando a série do Cepea para esse produto se iniciou, o cenário é de preocupação para o setor produtivo. Os custos de produção se elevaram, assim como os preços de produtos concorrentes em área, o que gera perda de competitividade para a orizicultura.
ALGODÃO: VALOR EXTERNO CAI E PRESSIONA COTAÇÕES NO BR
Os preços do algodão em pluma estão em queda nos mercados externo e interno. O cenário inflacionário e as perspectivas de recessão econômica mundial e de redução na demanda global, sobretudo por parte da China, são alguns dos fatores que exerceram pressão sobre os valores internacionais e, consequentemente, domésticos. No Brasil, as cotações, que já estavam enfraquecidas, operam atualmente nos patamares observados no início deste ano. Parte dos vendedores segue mais flexível em suas pedidas, mas, ainda assim, alguns compradores ofertam valores ainda menores, limitando a liquidez. A demanda, por sua vez, está enfraquecida. Segundo pesquisadores do Cepea, muitos compradores estão atentos aos avanços da colheita e do beneficiamento, que têm elevado o número de lotes da safra nova disponibilizados no spot, e, com isso, têm expectativa de conseguirem negócios a preços inferiores. Entre 21 e 28 de junho, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento 8 dias, caiu 12,7%, fechando a R$ 6,4822/lp nessa terça-feira, 28, o menor valor desde o dia 5 de janeiro de 2022 (R$ 6,4446/lp). Na parcial de junho, a baixa é de expressivos 20,3%.