Com o clima mais firme e seco nos últimos dias, a colheita da safra 2019/20 no Brasil têm seguido em ritmo acelerado em todas as regiões produtoras de arábica e robusta acompanhadas pelo Cepea. A comercialização, entretanto, tem sido mais lenta, devido à forte oscilação das cotações externas e internas nas últimas semanas. De modo geral, os preços variam conforme as notícias referentes ao clima no Brasil, o câmbio e fatores técnicos. A amplitude dos preços foi observada especialmente para o café arábica. Somente na última semana, o Indicador CEPEA/ESALQ do café tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, teve máxima de R$ 430,26/saca de 60 kg e mínima de R$ 415,95/sc. Além da variação dos preços, vale apontar que produtores consultados pelo Cepea comercializaram um volume considerável de café nos mercados físico e futuro (especialmente para a safra 2020/21) na última semana de junho, devido à valorização dos grãos, devendo aguardar preços mais elevados para retomar a negociação de lotes de volumes mais expressivos.
ARROZ: COM COMERCIALIZAÇÃO LENTA, PREÇO DO CASCA CAI NO ACUMULADO DO MÊS
O ritmo de comercialização de arroz em casca no Rio Grande do Sul esteve lento na última semana. Parte das indústrias consultadas pelo Cepea deu preferência em trabalhar com o arroz já adquirido, seja o produto depositado em seus armazéns no período de safra ou o importado dos parceiros do Mercosul. Outras empresas, por sua vez, negociaram poucos lotes no spot para repor seus estoques. Vendedores consultados pelo Cepea, em geral, estiveram mais retraídos, na expectativa de recuperação nas cotações no período de entressafra e/ou de prorrogação dos vencimentos de custeio 2018/19. Aqueles orizicultores que estiveram ativos foram para atender pagamentos imediatos. No acumulado do mês (até o dia 23), o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, cedeu 0,9%, fechando a R$ 43,05/sc de 50 kg na terça-feira, 23.
ALGODÃO: MESMO COM FRACO RITMO, ALGUNS NEGÓCIOS SÃO EFETIVADOS
Apesar do ritmo lento das negociações de algodão em pluma no spot, alguns lotes de pequenos volumes foram efetivados, a fim de atender à reposição de comerciantes e de algumas indústrias consultados pelo Cepea. A comercialização, que segue acirrada quanto aos valores e à qualidade do produto disponível, envolve tanto a pluma da safra 2017/18 como a da 2018/19. Ainda que parte dos vendedores esteja mais flexível em relação aos valores pedidos, compradores seguem cautelosos, pressionando os valores ofertados. Assim, entre 16 e 23 de julho, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, caiu 3,53%, fechando a R$ 2,5522/lp na terça-feira, 23. No acumulado de julho (até o dia 23), o Indicador registra queda de 6%.
MELÃO: PREÇOS REGISTRAM QUEDA NAS REGIÕES ACOMPANHADAS
Entre 15 e 19 de julho, os preços do melão amarelo nas principais praças produtoras caíram, sendo a queda mais expressiva de 16%, no Vale do São Francisco (BA/PE), com média de R$ 0,82/kg. Segundo agentes consultados pelo Cepea, a comercialização nessa região está se reduzindo para o Sudeste e aumentando para o Norte e Nordeste, visto que o menor valor da fruta inviabiliza os custos com embalagem e transporte. No Rio Grande no Norte/Ceará, por sua vez, alguns produtores consultados pelo Cepea aumentaram o ritmo de colheita, devido à proximidade da safra 2019/20, que deve se iniciar em agosto. Assim, o melão amarelo tipos 6 e 7 registrou média de R$ 24,20/cx de 13 kg, recuo de 6% no mesmo período de comparação.