As chuvas registradas nos últimos dias em diversas regiões produtoras de café arábica no Brasil podem ter sido suficientes para induzir a abertura de uma florada precoce – alguns agentes consultados pelo Cepea, inclusive, indicam que parte das lavouras já apresenta botões. No entanto, esse cenário traz certa preocupação ao setor, uma vez que a influência do fenômeno La Niña nas próximas semanas e das chuvas historicamente mais baixas em agosto poderia prejudicar o pegamento dessas flores. Nas regiões produtoras de robusta, o clima está mais seco e firme, e agentes aguardam chuvas para a abertura da florada da próxima safra. Vale ressaltar que alguns produtores do Espírito Santo e de Rondônia têm preferido induzir as floradas em parte das regiões. Quanto aos preços, os do arábica oscilaram nos últimos dias, mas o movimento de alta predominou, devido à valorização externa da variedade. Nessa terça-feira, 16, o Indicador CEPEA/ESALQ do café arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 1.278,49/saca de 60 kg, elevação de 1,1% em relação à terça anterior, 9. Para o robusta, as cotações também subiram, devido ao maior número de compradores no mercado negociando maiores volumes. Na terça, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 finalizou a R$ 732,44/sc de 60 kg, avanço de 1,7% em relação à terça anterior.
ALGODÃO: PREÇOS SOBEM COM FORÇA E SE APROXIMAM DOS R$ 6,30/LP
Os preços do algodão em pluma voltaram a registar alta nos últimos dias, impulsionados pela posição firme de vendedores. De acordo com colaboradores do Cepea, esses agentes vêm disponibilizando baixos volumes de pluma no spot, especialmente de lotes de melhor qualidade, dando prioridade ao cumprimento de contratos a termo. Além disso, as recentes e fortes elevações na Bolsa de Nova York (ICE Futures) e da paridade de exportação também reforçaram os aumentos no Brasil. Do lado comprador, indústrias adquirem o necessário para seguir com suas atividades e ainda têm dificuldades em acordar preço e qualidade. Já comerciantes buscam fazer novas aquisições para cumprir com suas programações e/ou realizar negócios “casados”. Nesse cenário, de 9 a 16 de agosto, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, subiu expressivos 4,1%, fechando a R$ 6,2962/lp nessa terça-feira, 16. Na parcial do mês, o Indicador acumula alta de 5,15%. Na primeira quinzena de agosto (até dia 15), o preço no Brasil ficou, em média, 14,6% superior à paridade de exportação.
UVA: EXPORTAÇÕES CAEM NO ACUMULADO DE 2022, MAS SEGUEM ACIMA DA MÉDIA
As exportações brasileiras de uvas de mesa caíram significativamente nos primeiros sete meses de 2022 frente ao mesmo período do ano passado. Conforme dados da Secex, entre janeiro e julho deste ano, o Brasil exportou 12,4 mil toneladas da fruta, redução de 45% em comparação com o volume embarcado em 2021. Em receita, foram arrecadados US$ 26,2 milhões, recuo de 49% na mesma comparação. Segundo pesquisadores do Hortifruti/Cepea, o menor desempenho dos embarques nesse período já era esperado, considerando os impactos significativos do clima mais chuvoso na produção do Vale do São Francisco (PE/BA) – tanto em volume quanto em qualidade. Apesar da diminuição significativa frente ao ano passado, as exportações da fruta seguem bastante acima da média para o período: frente à média entre 2010 e 2019, o volume embarcado cresceu 374% em 2022, e a receita, 327%. No mês de julho/22, especificamente, o desempenho das exportações foi 85% menor que o de junho/22, em termos de volume. Segundo pesquisadores do Hortifruti/Cepea, esse cenário é justificado pela baixa disponibilidade de uvas brancas sem semente em praticamente todas as empresas embaladoras – a maioria delas está com estoques bastante reduzidos há algumas semanas. Neste mês de agosto, os envios podem continuar lentos, já que a oferta das variedades brancas sem semente continua baixa – a previsão é de aumento apenas a partir de setembro, quando ocorre a abertura da janela de exportação do segundo semestre.