Choveu na maior parte das regiões brasileiras produtoras de café arábica na última semana, mas o volume foi menor que o ideal em algumas praças. Mesmo assim, segundo colaboradores do Cepea, as precipitações trouxeram certo alívio para parte dos cafeicultores, visto que ajudam na recuperação das lavouras debilitadas e devem induzir novas – e significativas – floradas da safra 2021/22. Chuvas também foram registradas nos principais estados produtores de café robusta: Espírito Santo e Rondônia. Em ambos, agentes indicam que as precipitações também estiveram abaixo do esperado e, com isso, estão preocupados com os possíveis impactos sobre as lavouras, principalmente com o pegamento dos chumbinhos. Quanto ao mercado, com compradores e, especialmente, vendedores atentos ao clima no Brasil, os negócios seguiram muito lentos para o arábica. Nessa terça-feira, 20, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, fechou a R$ 531,09/saca de 60 kg, baixa de 1,6% frente à terça anterior, 13. Para o robusta, a liquidez está relativamente baixa, mas alguns negócios têm sido fechados, devido à alta das cotações. O impulso veio do avanço dos futuros da variedade, que, por sua vez, foram influenciados por fatores técnicos e preocupações quanto ao clima no Vietnã, o maior produtor mundial de robusta. Assim, nessa terça-feira, 20, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 acima fechou a R$ 397,33/sc, elevação de 1,4% frente ao dia 13.
ALGODÃO: PROCURA SUPERA OFERTA, E INDICADOR SOBE 17% NA PARCIAL DE OUTUBRO
Os valores do algodão em pluma estão subindo com força no Brasil. O impulso vem da maior demanda de indústrias e da retração de vendedores, que, atentos às valorizações internacionais, estão firmes nos preços pedidos. A liquidez está maior que há algumas semanas, mas, segundo colaboradores do Cepea, ainda é limitada pela diferença entre os preços pedidos e ofertados e pela menor qualidade de parte dos lotes. Produtores estão atentos ao beneficiamento, ao cumprimento de contratos a termo (especialmente para exportação) e aos novos fechamentos para entrega nos dois próximos anos. Assim, poucos lotes têm sido disponibilizados no spot nacional, mantendo a oferta abaixo da demanda no Brasil, mesmo com o avanço do beneficiamento. Nesse cenário, entre 13 e 20 de outubro, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, subiu expressivos 12,2%, fechando em R$ 3,7901/lp nessa terça-feira, 20, o maior valor nominal desde 22 de junho de 2018 (quando esteve em R$ 3,7952/lp). No acumulado deste mês (de 30 de setembro e 20 de outubro), a alta é de significativos 17,4%. A média da parcial de outubro, de R$ 3,4294/lp, está 8,3% acima da de setembro/20.
MELÃO: EXPORTAÇÕES DA TEMPORADA 2020 JÁ SÃO 36% SUPERIORES ÀS DA ÚLTIMA SAFRA
As exportações brasileiras de melão, que, em agosto, iniciaram a temporada com resultados positivos, seguiram a todo vapor em setembro. De acordo com dados da Secex, o volume embarcado no mês passado foi 42% maior que o exportado em setembro de 2019. Assim, na parcial desta safra (agosto e setembro/20), os envios de melão somam 38 mil toneladas, quantidade 36% superior à do mesmo período da campanha passada, com receita de US$ 25 milhões (FOB), montante 35% maior, na mesma comparação. Segundo agentes consultados pelo Hortifrúti/Cepea, esses resultados estão atrelados à firme demanda da Europa pela fruta brasileira, já que a disponibilidade local está baixa, o que, por sua vez, é reflexo dos impactos da pandemia de covid-19 nos principais países produtores de melão, como a Espanha, onde houve relatos de redução de área, além de problemas com o clima e disponibilidade de mão de obra. É importante pontuar, também, que muitos países europeus já vinham adotando medidas menos restritivas para a contenção da pandemia em meados deste ano, o que favoreceu os envios da fruta brasileira ao continente, e que o dólar valorizado frente ao Real continuou garantindo bons retornos aos exportadores – que aumentaram a área destinada aos embarques internacionais, que deve alcançar 90% da campanha no Rio Grande do Norte/Ceará. Para os próximos meses, agentes esperam que as exportações de melão sigam positivas, mas temem a ocorrência de novos surtos da covid-19.