As chuvas ocorridas em praticamente todas as regiões produtoras brasileiras de café continuam sendo, no geral, favoráveis à condução das lavouras e dos tratos culturais, incluindo adubações e aplicações de defensivos agrícolas, conforme indicam agentes consultados pelo Cepea. Por outro lado, chuvas em excesso, como é o caso da Zona da Mata de Minas Gerais, podem atrapalhar as atividades de manejo. As tão aguardadas precipitações, que quase não ocorreram de abril a setembro, voltaram a ser registradas em outubro e vêm se intensificando sobretudo no verão, que começou no Brasil. Pesquisadores do Cepea ressaltam que um verão chuvoso se faz necessário para uma boa colheita de café em 2025, visto que dificilmente as plantas recuperarão o potencial perdido com o clima em 2024.
ARROZ: Importações são as maiores em 21 anos
Em um ano de certa turbulência no mercado de arroz brasileiro, as importações cresceram e alcançaram o maior patamar desde 2003, ultrapassando o volume exportado, após seis anos de superávit na balança comercial. Quanto aos preços domésticos, levantamentos do Cepea mostram que os valores parecem ter encontrado certo nível de suporte nas regiões do Rio Grande do Sul. Segundo dados da Secex compilados e analisados pelo Cepea, em 2024, foram importadas 1,49 milhão de toneladas equivalentes de arroz em casca, acima das 1,41 milhão de toneladas do ano anterior. As exportações, por sua vez, somaram 1,42 milhão de toneladas no balanço de 2024, contra 1,75 milhão em 2023. Assim, as importações superaram as exportações em cerca de 74 mil toneladas no ano.
ALGODÃO: Cultivo da nova safra avança; queda externa pressiona cotações domésticas
Produtores de algodão em pluma iniciam o ano focados no cultivo da nova safra e na comercialização do produto colhido e beneficiado em 2024, conforme aponta o Cepea. Esses agentes continuam atentos ao clima no Brasil, especialmente ao excesso de chuvas no Cerrado, e às quedas no mercado externo, diante da oferta global abundante e de sinais de menor consumo na China, que deve reduzir as importações na temporada 2024/25 de forma expressiva. Quanto aos preços domésticos, levantamento do Cepea mostra que o movimento também é de baixa, refletindo os recuos internacionais e a menor taxa de câmbio, cenário que pressiona a paridade de exportação.