O clima chuvoso tem favorecido as lavouras das principais regiões produtoras de café do Brasil, já que tem permitido um excelente enchimento dos grãos. Ainda que o volume de precipitação tenha sido bastante elevado em algumas praças, agentes consultados pelo Cepea ainda não relataram problemas significativos nas lavouras. O clima chuvoso também acelerou o desenvolvimento da temporada. Assim, muitos agentes já esperam que a colheita se inicie um pouco mais cedo frente ao ano passado – entre o final de março e o começo de abril para o robusta e entre o final de abril e o começo de maio para o arábica. Quanto aos negócios, seguem em ritmo bastante lento no físico nacional. Com a desvalorização dos cafés no último mês, produtores se afastaram do mercado. Além disso, muitos cafeicultores estão capitalizados neste início de ano, devido às vendas realizadas até dezembro a preços mais remuneradores. Assim, a comercialização tem se restringido à necessidade dos compradores, com algumas negociações ocorrendo acima dos preços “do mercado” ou entre os próprios exportadores. Os preços, por sua vez, tiveram leve recuperação nos últimos dias, devido à alta externa e à retração vendedora. Para o arábica, o Indicador CEPEA/ESALQ do café tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 467,40/saca de 60 kg nessa terça-feira, 11, elevação de 3,2% em relação à terça anterior, 4. Para o robusta, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 fechou a R$ 308,46/sc de 60 kg, alta de 1,1% na mesma comparação. O dólar finalizou a R$ 4,326, valorização de 1,6% em sete dias.
ARROZ: APESAR DO INÍCIO DA COLHEITA, COTAÇÕES SEGUEM FIRMES NO RS
Mesmo com vendedores mais ativos no mercado do Rio Grande do Sul, o interesse de compra prevaleceu nos últimos dias, o que sustentou as cotações do arroz em casca, apesar do início da colheita no estado. De acordo com colaboradores do Cepea, compradores elevaram os valores de suas ofertas, visando novas aquisições para repor estoques. Produtores, por sua vez, também estiveram mais ativos, com foco em negociar o cereal que estava armazenado nas indústrias e cooperativas, aproveitando os atuais patamares dos preços para liquidar os estoques remanescentes. Além disso, há necessidade de caixa para pagamento dos custos vinculados aos trabalhos de colheita. Entre 4 e 11 de fevereiro, o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros (média ponderada), permaneceu praticamente estável (-0,17%), fechando a R$ 51,13/sc de 50 kg no dia 11 – na segunda-feira, 10, o Indicador atingiu novo recorde nominal, de R$ 51,58/sc.
ALGODÃO: POSTURA VENDEDORA SUSTENTA VALORES NO BR; EXPORTAÇÃO É RECORDE
Vendedores estão mais ativos neste início de fevereiro, mas seguem firmes nos valores pedidos, o que sustenta os preços do algodão no mercado nacional. Tradings, por sua vez, atentas às altas internacionais, estão afastadas e/ou ofertam preços ainda maiores para novas negociações. Neste contexto, entre 4 e 11 de fevereiro, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, subiu 1,48%, a R$ 2,8483/lp nessa terça-feira, 11. No entanto, segundo colaboradores do Cepea, as atenções estão voltadas às exportações, que atingiram novo recorde em janeiro, somando 308,8 mil toneladas, conforme dados da Secex. Esse volume superou em 11% o de dezembro/19 (278,2 mil toneladas), em expressivos 165% o de janeiro/19 e ficou ainda 7,2% acima do recorde anterior, de 288,15 mil toneladas, verificado em outubro/19. Quanto à liquidez interna, no geral, a disparidade entre valor e qualidade continua limitando o ritmo de negócios – poucos lotes de qualidade superior têm sido disponibilizados no mercado interno, dificultando ainda mais novos fechamentos para pronta entrega.