O clima voltou a favorecer as lavouras de café robusta no Espírito Santo, aumentando as expectativas quanto a uma boa produção na próxima temporada. A previsão dos agentes consultados pelo Cepea é de que o volume hídrico dos reservatórios e rios do estado aumente, fato que, aliado à umidade do solo, pode favorecer o enchimento dos grãos e colaborar para a melhora da produtividade. Em Rondônia e na Bahia, o cenário para a próxima safra também é positivo, com o clima auxiliando o enchimento dos grãos, o que pode resultar em boa produção. Esse cenário, no entanto, tem pressionado as cotações internas da variedade. Quanto ao arábica, após consecutivas desvalorizações, agentes deixaram o mercado, travando as negociações. Além disso, o feriado de Imaculada Conceição na sexta-feira, 8, em muitas cidades brasileiras, também influenciou na retração de agentes, diminuindo o ritmo dos negócios. Entretanto, o principal fator que deve limitar as negociações em dezembro é a questão fiscal, devido ao imposto de renda, que tende a manter produtores afastados do mercado no restante do mês.
ARROZ: RITMO DE NEGÓCIOS DIMINUI E PREÇO DO CASCA SE ESTABILIZA NO RS
Com a aproximação do final do ano, o ritmo de negócios envolvendo arroz em casca começa a diminuir no mercado do Rio Grande do Sul. Segundo pesquisadores do Cepea, muitos produtores se mantiveram fora do mercado, focados na finalização do semeio da safra 2016/17 e na expectativa de preços maiores no início de 2018, período que antecede a nova colheita. Já a indústria aposta em desvalorizações no começo do próximo ano, permanecendo afastada dos negócios. Nesse cenário, os preços do casca seguiram estáveis nos últimos dias.
ALGODÃO: COTAÇÕES AUMENTAM MAIS DE 4% NO ACUMULADO DO MÊS
O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, subiu expressivos 4,36% no acumulado de dezembro (30/11 a 12/12), fechando a R$ 2,5541/lp nessa terça-feira, 12. Essa foi a maior alta para o período desde dezembro/16, quando o produto se valorizou 4,47% (de 30/11/16 a 12/12/2016). Entre 5 e 12 de dezembro, especificamente, a elevação foi de 3,41%. Conforme colaboradores do Cepea, o impulso vem da postura mais ativa de compradores e do recuo de vendedores, assim como observado em dezembro do ano passado. Algumas indústrias e comerciantes têm buscado lotes no mercado spot para carregamento rápido, sendo flexíveis quanto aos valores pedidos, mesmo para os lotes com característica (como cor, micronaire e fibra). Grande parte das efetivações captadas pelo Cepea envolveu pequenos volumes, para repor estoques e agilizar o carregamento antes da paralisação do transporte, devido às festas de final de ano. Do lado vendedor, boa parte dos cotonicultores e tradings esteve recuada para vendas no mercado doméstico.
MELÃO: MELÃO BRASILEIRO SE VALORIZA NO MERCADO INTERNACIONAL
As exportações brasileiras de melão cresceram em novembro frente ao mês anterior e também a novembro/16 (tanto em termos de volume quanto de receita). Segundo a Secex, no mês passado, foram embarcadas 42,6 mil toneladas da fruta, com receita de US$ 31,2 milhões, respectivas altas de 9% e de 23% frente a nov/16. Os envios à União Europeia costumam aumentar nesta época, para atender a demanda para as festas de fim de ano. Além disso, a exclusividade do Brasil em abastecer a UE no período estimulou a valorização do melão. De acordo com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), apenas o melão brasileiro tem entrado nos portos de Rotterdam (Holanda) e de New Covent Garden (Reino Unido) – os de maior importância para o mercado. Em novembro, o melão amarelo teve média de US$ 11,24/cx de 10 kg no mercado britânico, alta de 10% frente ao mesmo mês do ano passado. No porto holandês, a média da variedade foi de US$ 9,53/cx de 10 kg. No início do próximo ano, porém, a entrada de outros países fornecedores, como Honduras e Costa Rica, no mercado europeu deve pressionar os valores pagos pelo produto brasileiro.