Os preços externos e internos do café arábica registraram forte queda nesta primeira quinzena de outubro, influenciados pela expectativa de oferta elevada depois da abertura da principal florada em importantes regiões produtoras do Brasil. Outro fator que pressionou as cotações foram as chuvas nos últimos dias, que devem auxiliar no pegamento das flores. Assim, de 30 de setembro a 15 de outubro, o Indicador CEPEA/ESALQ do café arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, registrou queda de 23,55 Reais por saca de 60 kg (ou 5,3%), passando de R$ 438,49/sc para R$ 414,94/sc. Para o robusta, segundo colaboradores do Cepea, as chuvas registradas no final de setembro também favoreceram a abertura de mais uma florada no Espírito Santo e em Rondônia, além de auxiliar no pegamento das flores abertas anteriormente. No entanto, esse cenário pressionou as cotações externas e internas neste início de outubro. Ainda assim, a desvalorização da variedade foi menos expressiva que a do arábica, especialmente devido à oferta restrita no Vietnã – que amenizou a queda dos futuros – e ao maior interesse comprador no Brasil. De 30 de setembro a 15 de outubro, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 apresentou queda de 6,36 Reais por saca de 60 kg (ou 2,1%).
ARROZ/CEPEA: ORIZICULTOR SEGUE FOCADO NO SEMEIO E LIQUIDEZ É BAIXA
A comercialização de arroz em casca está lenta no Rio Grande do Sul. Com o clima favorável, orizicultores estão focados nas atividades de semeio – que avançam rapidamente no estado – e não têm demostrado interesse em negociar para “fazer caixa” – apenas aqueles com compromissos bancários estiveram ativos nos últimos dias. Além disso, segundo colaboradores do Cepea, parte dos agentes tem relatado preferência por utilizar estoques próprios. Entre 8 e 15 de outubro, o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, que envolve a média ponderada para o estado, permaneceu praticamente estável (+0.1%), fechando a R$ 46,08/saca de 50 kg nessa terça-feira, 15. Diante de um cenário de baixa liquidez, inclusive do beneficiado, devido à dificuldade de repasse dos custos, o beneficiamento e as vendas de arroz no RS recuaram 4,1% de janeiro a setembro de 2019, no comparativo com o mesmo período do ano passado, somando 5,5 milhões de toneladas, segundo dados do Irga (Instituto Rio Grandense de Arroz). Na parcial do ano-safra (entre março e setembro), as negociações totalizaram 4,3 milhões de toneladas, 6,6% abaixo da quantidade registrada nos mesmos meses do ano passado.
ALGODÃO: VENDEDOR FIRME E BAIXA OFERTA DE PLUMA DE QUALIDADE ELEVAM INDICADOR
As cotações do algodão em pluma subiram nesta primeira quinzena de outubro. Entre 30 de setembro e 15 de outubro, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, aumentou 0,7%, fechando a R$ 2,4927/lp nessa terça-feira, 15. Segundo colaboradores do Cepea, vendedores estão mais firmes nos preços pedidos, atentos aos elevados patamares internacionais, aos embarques de lotes já contratados e ao beneficiamento. Além disso, a disponibilidade de pluma de qualidade está baixa, e cotonicultores indicam já ter comercializado a maior parte da produção. Do lado da demanda, indústrias tentam negociar a preços menores, enquanto trabalham com a matéria-prima estocada e/ou proveniente de contratos. Quando há urgência, especialmente por lotes de maior qualidade, compradores acabam pagando valores maiores.
TOMATE: COM O ENCERRAMENTO DA COLHEITA EM MUITAS REGIÕES, PREÇOS REGISTRAM ALTA
O tomate salada longa vida se valorizou pela segunda semana consecutiva entre os dias 7 e 11 de outubro. No Rio de Janeiro, o 3A foi comercializado na média de R$ 64,17/cx de 20 kg na semana, alta de 46,41% frente à semana anterior. Na Ceagesp, a média foi de R$ 58,89/cx, aumento de 24,22% na mesma comparação. Segundo colaboradores do Hortifrúti/Cepea, as valorizações estão atreladas à menor disponibilidade do fruto, uma vez que a primeira parte da safra de inverno está se encerrando em muitas regiões produtoras e, assim, grande parte dos tomates já foi ofertada. Em Mogi Guaçu (SP), a colheita está praticamente encerrada, e, apesar dos preços mais baixos em agosto e setembro, a rentabilidade média da região ficou positiva em todos os meses da safra, que teve início em abril – na parcial da temporada (maio a setembro), os valores ponderados pela classificação ficaram em R$ 55,50/cx, 105% acima dos custos de produção, que fecharam em R$ 27,00/cx. Quanto à produtividade, fechou em 369,17 cxs/mil pés, 17% abaixo da média do ano passado (de 443,33 cx/mil pés). Segundo colaboradores do Hortifrúti/Cepea, esse cenário é decorrente de problemas com broca nas primeiras roças, que, embora controlados, acabaram prejudicando o rendimento. Ainda neste mês, a primeira parte da safra de inverno também deve se encerrar em Pará de Minas, Pimentas (MG), Itaocara (RJ) e Venda Nova do Imigrante (ES).