Os contratos futuros do café tiveram uma semana positiva nos mercados internacionais. As cotações, em Nova York, acumularam seis sessões positivas consecutivas, movimento que foi iniciado com a perda de força do dólar em função da então perspectiva de vitória do democrata Joe Biden à presidência dos Estados Unidos. Após isso, o mercado recebeu suporte de fatores técnicos e seguiu em alta, mesmo com baixa volatilidade e a recuperação da moeda norte-americana.
A alta verificada no café arábica também recebeu suporte do fortalecimento dos futuros do robusta em Londres. Os tufões que assolaram o Vietnã, maior produtor de conilon no mundo, devem atrasar a safra no país asiático, que se encontra em fase de comercialização, além de poder prejudicar a qualidade e o volume dos frutos colhidos.
Na ICE Futures US, o vencimento março/21 do café arábica encerrou o pregão de ontem a US$ 1,1295 por libra-peso, acumulando ganhos de 350 pontos em relação à sexta-feira da semana passada. Na ICE Europe, o vencimento jan/21 do robusta apresentou evolução semanal de US$ 63, fechando a quinta-feira (12) a US$ 1.413 por tonelada.
Após passar a se desvalorizar em relação a uma cesta de moedas em função da eleição do democrata Joe Biden para presidência dos EUA, o dólar comercial inverteu a tendência no Brasil a partir da última terça-feira. Segundo analistas, a divisa passou a se recuperar ante o real em função de o risco fiscal ser um limitador de eventuais novas valorizações. Ontem, a moeda fechou a R$ 5,478, acumulando alta semanal de 1,6%.
Em relação ao clima, a Somar Meteorologia prevê, para o fim de semana, continuidade das pancadas de chuva sobre o centro e o sul do Brasil, de forma mais dispersa. "Apenas na região de Vitória da Conquista (BA) o acumulado será elevado no domingo. Além disso, o fim de semana será caracterizado pelo aumento do calor", informa.
O serviço meteorológico destaca, ainda, que, na semana que vem, a partir de terça-feira, uma frente fria trará chuva mais intensa e diminuição do calor ao Paraná, São Paulo e às regiões Sul e Cerrado de Minas Gerais. Na soma de sete dias, estima-se acumulado próximo a 50mm no nordeste paranaense, em torno de 35mm na Alta Paulista, no norte do Espírito Santo e no sul da Bahia e entre 70mm e 90mm na Mogiana, em Minas e sul do Espírito Santo.
No mercado físico, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) aponta que o alto percentual da safra 2020/21 já negociado (50% a 60% de arábica comercializados até outubro) afasta os vendedores do mercado, que voltam suas atenções ao clima, visto que as chuvas continuam abaixo do esperado e o desenvolvimento preocupante da colheita futura tem levado vendedores a postergarem os negócios.
Em relação ao robusta, a entidade destaca que a liquidez no mercado tem sido superior, especialmente devido ao dólar valorizado dos últimos meses e à elevação dos preços externos em outubro. Os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábicas e conilon se situaram em R$ 551,64/saca e R$ 410,65/saca, apresentando valorizações, respectivamente, de 1,6% e 0,7%.