As cotações do café arábica tiveram expressiva alta no final de julho, movimentando o mercado nacional, de acordo com pesquisas do Cepea. No acumulado do mês (de 30 de junho a 31 de julho), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, avançou 53,61 Reais por saca (ou 10,5%), fechando a R$ 561,40/saca de 60 kg no dia 31. Diante disso, o Indicador voltou aos patamares reais observados no encerramento de maio deste ano (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de jun/20). A alta foi influenciada pelo avanço nos valores internacionais da variedade e pela demanda firme, especialmente para cafés de melhor qualidade. Além disso, grande parte dos cafés finos e bons de 2020/21 já foi negociada em meses anteriores de forma antecipada, contexto que tem limitado a oferta deste grão no spot. Quanto ao robusta, as primeiras floradas da safra 2021/22 foram registradas em lavouras do Espírito Santo e em Rondônia. Em relação aos preços da variedade, mesmo com a colheita finalizada e as floradas iniciais já ocorrendo, avançaram no final de julho. Entre 30 de junho e 31 de julho, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 acima registrou alta de 11,47 Reais por saca (ou de 3,2%).
ARROZ: COM DEMANDA AQUECIDA E PRODUTOR RECUADO, PREÇOS SEGUEM ELEVADOS
A demanda pelo arroz sul-rio-grandense de compradores paulistas e catarinenses está aquecida. No entanto, orizicultores consultados pelo Cepea seguem retraídos, com interesse apenas em efetivar negócios pontuais e com volumes não expressivos, esperando preços ainda mais elevados nos próximos meses. Neste cenário, a “queda de braço” entre produtores e compradores se acirrou, especialmente com aqueles demandantes que têm a pretensão de expandir seus estoques para, pelo menos, até o final deste ano ou início de 2021. De 28 de julho a 4 de agosto, o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros (média ponderada), registrou expressiva alta de 3,82%, encerrando com média de R$ 68,98/sc de 50 kg na terça, 4, renovando o recorde nominal e se aproximando ainda mais do recorde real (considerando os efeitos da inflação), de R$ 69,95, observado em maio de 2008.
ALGODÃO: COLHEITA TEM INÍCIO, MAS OFERTA É RESTRITA E PLUMA SOBE EM JULHO
Em julho, muitos produtores consultados pelo Cepea iniciaram e/ou intensificaram a colheita do algodão da safra 2019/20. A oferta de pluma no mercado spot nacional, no entanto, seguiu baixa, tendo em vista que o ritmo de beneficiamento esteve lento no período e que cotonicultores priorizaram o cumprimento de contratos aos mercados domésticos e externo. No caso da pluma com qualidade superior, a disponibilidade foi ainda menor. Do lado da demanda, parte das indústrias trabalhou com a matéria-prima contratada e/ou estocada, mas algumas empresas, especialmente do Nordeste, estiveram ativas na busca por novos lotes. Entre 30 de junho e 31 de julho, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, subiu 5,31%, encerrando o mês a R$ 2,8550. A média de julho foi de R$ 2,7589/lp, 1,73% superior à de junho/20 e 5,12% acima da de julho/19, em termos nominais.