Os contratos futuros do café arábica dispararam nesta semana, acumulando valorização próxima a 10% na ICE Futures US. O avanço foi motivado pela instabilidade climática em importantes países produtores do globo e também por causa da perda de força do dólar.
Em relação ao clima, no Brasil, mesmo com o retorno das chuvas no cinturão cafeeiro, alguns agentes afirmam que o clima quente e seco de agosto e setembro já ocasionou perdas irreversíveis para a safra 2021, mesmo ainda sendo cedo para a apuração dessa quebra.
A temporada 2020 de furacões no Oceano Atlântico – mais intensa desde 1995, com o maior número de tempestades de intensificação rápida em um único ano desde 1979 – tem impactado diretamente nações produtoras de arábica na América Central, mas ainda também sem condições para avaliar perdas nos cafezais.
Nesse cenário, o contrato mar/21 do café arábica na Bolsa de Nova York acumulou ganhos significativos de 1.100 pontos, encerrando a sessão de ontem (19) a US$ 1,2320 por libra-peso.
Na ICE Europe, o vencimento jan/21 fechou a US$ 1.391 por tonelada, com queda de US$ 19, a qual reflete a absorção pelo mercado do impacto do Tufão sobre a região produtora do Vietnã e a chegada de alguns poucos primeiros lotes da nova safra.
O dólar comercial fechou, ontem, a US$ 5,3141, acumulando uma desvalorização de 2,9% na comparação com a sexta-feira passada. Conforme analistas, o fluxo de capital externo e a sinalização de atuação mais intensa do Banco Central até o fim do ano geraram suporte ao real ante a divisa norte-americana.
No mercado físico, as cotações espelharam o cenário internacional. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os produtores voltam sua atenção ao clima e analisam o impacto de perdas devido a seca e altas temperaturas, o que mantém os negócios calmos.
Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon se situaram em R$ 594,13/saca e R$ 412,32/saca, respectivamente, registrando variações de 7,65% e -1%.