Em uma semana de movimentação relativamente calma, os futuros do café seguiram caminhos opostos no mercado internacional, com as cotações do arábica recuando e as do robusta tendo leve aumento.
A pressão sobre o arábica se dá pela expectativa de oferta superior à demanda mundial na safra atual. Na Bolsa de Nova York, o vencimento set/2018 do contrato "C" recuou 110 pontos, encerrando a sessão de ontem a US$ 1,0880 por libra-peso. Na ICE Futures Europe, o contrato do robusta com vencimento em setembro ascendeu US$ 6, negociado a US$ 1.672 por tonelada.
Diante de um cenário sem novidade nos fundamentos, analistas chamam a atenção para o fator clima, alertando que as chances de ocorrência do El Niño são de 50% no último trimestre de 2018. O impacto sobre o café, contudo, deve ser mais intenso no período de transição para o fenômeno, por volta de setembro.
Após acumular perdas na semana, motivadas por um maior apetite por risco que estimulou o ingresso de dólares no Brasil, ontem a moeda recuperou parte do declínio puxada pelos comentários otimistas do presidente do Federal Reserve (FED, banco central dos EUA), Jerome Powell, que minimizou o impacto das disputas comerciais. No fechamento de quinta-feira, 19, a divisa norte-americana foi cotada a R$ 3,8448, com queda semanal de 0,16%.
No Brasil, os preços registraram leve declínio na semana, mas apresentaram picos de alta em alguns dias acompanhando as oscilações do mercado internacional e do dólar.
Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e robusta foram cotados a R$ 434,80/saca e a R$ 332,59/saca, com perdas de 1,6% e 0,85% respectivamente.
Para o café arábica, analistas informam que os agentes continuam afastados do mercado e os negócios permanecem calmos. No cenário do robusta, produtores estiveram mais ativos no spot, à medida que as cotações externas e do dólar oscilavam para picos de alta.