Tivemos a divulgação dos dados relacionados à inflação americana na terça-feira (14/11), e o que observamos logo após a formalização dos indicadores foi uma grande euforia no mercado, com fundos de investimentos promovendo grandes compras nas bolsas de todo o mundo, e em um primeiro momento, também de contratos de commodities.
Quero fazer alguns comentários sobre a volatilidade notada no contrato futuro de café arábica (NY - Março/24 – KCH24). Para isso, tomarei como referência a tabela abaixo:
No pregão de quarta-feira (15/11), observamos uma forte expansão do preço do contrato (KCH24), e a continuidade do movimento de alta nas primeiras duas horas do pregão de quinta-feira (16/11). Para os traders de futuros, apenas esse movimento de valorização (+4,11%) pode significar o resultado mensal – trade de livro – parabéns para aqueles que realizaram!
Os níveis de preços negociados nas últimas horas desta sexta-feira (17/11) nos remetem ao início do mês de novembro (03/11) – para ser mais específico, antes da formalização do payroll – sugerindo uma nova área de consolidação entre 166,00 e 176,00. O que acham? (Lembrem-se de considerar um desvio médio nos limites!)
O calendário econômico nos alerta sobre alguns eventos que deverão nos proporcionar ainda este ano a possibilidade da realização de negociações de curtíssimo prazo. Quero destacar a divulgação do PCE ainda este mês (30/11) – Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal – que, caso venha abaixo do esperado pelo mercado, pode sacramentar o fim do aumento de juros pelo FED.
Na próxima semana, teremos feriado na segunda-feira (20/11), o que impede a formalização de negócios na bolsa brasileira, e na quinta-feira (23/11) será comemorado o tradicional dia de Ação de Graças nos EUA. Sem pregões, podemos explorar outras variáveis ligadas à cafeicultura que influenciam o preço, certo?
A pior crise relacionada ao El Niño, para a qual temos dados documentados, ocorreu entre 1982-1983. Desde março deste ano, venho discutindo com alguns clientes as medidas financeiras a serem tomadas a fim de amenizar essa intempérie do clima. Foi nessa época que algumas variedades se popularizaram (Catuaí, Icatu, Mundo Novo, Bourbon, Catucaí Amarelo) por serem mais resistentes ao calor – possuem folhas mais finas e perdem menos água na transpiração.
Produtor, você implementou novos sistemas de irrigação em sua propriedade? Modificou seu processo de secagem para não prejudicar a qualidade do seu café? Está preparado para lidar com doenças e pragas relacionadas ao calorão? Já fez o cálculo de degradação do seu café pelo armazenamento inadequado?
Fiquem à vontade para compartilhar suas opiniões e comentários. E, lembrem-se, construir um planejamento financeiro é fundamental para decidir com segurança nesse mercado volátil. Bom feriado!