Os preços internos dos cafés arábica e robusta recuaram fortemente em dezembro e iniciam janeiro em queda, influenciados pela baixa das cotações externas de ambas as variedades, de acordo com pesquisas do Cepea. Os recuos no mercado internacional, por sua vez, estão atrelados à elevada produção em 2018/19 – com a safra recorde no Brasil e o elevado volume em outras origens –, ao fortalecimento do dólar e às boas expectativas para a safra brasileira em 2019/20. Em dezembro, a média do Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto em São Paulo, foi de R$ 420,32/saca de 60 kg, quedas de 4,8% em relação à de novembro e de 12,7% em comparação com dezembro/17, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI de novembro/18). Quanto ao robusta, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 acima teve média de R$ 309,44/saca de 60 kg em dezembro, queda de 6,7% em relação a novembro e de 20,6% em um ano, em termos reais.
ARROZ: ÁREA DEVE SE REDUZIR EM 2019
O ano de 2018 não foi nada favorável para a cadeia produtiva de arroz. Os preços médios do ano passado ficaram menores que os de 2017, devido à dificuldade de elevação no consumo e, consequentemente, de beneficiamento de casca. No campo, dados do Cepea apontam que produtores até conseguiram arcar com os custos operacionais, mais ao se computar os custos totais, a receita não era suficiente para pagamentos de todos os valores econômicos envolvidos. Desta forma, produtores consultados pelo Cepea reduziram novamente a área com arroz em todas as regiões brasileiras. Segundo dados da Conab, a área desta temporada deve ficar 6,9% inferior à do ano anterior, a 1,84 milhão de hectares. Houve aumento no custo de produção para a temporada 2018/19, reflexo da desvalorização do Real frente ao dólar, que encareceu os insumos, e visto que parte da área foi preterida pela soja, com melhor rentabilidade.
ALGODÃO: SAFRA NACIONAL 2018/19 PODE NOVAMENTE ALCANÇAR RECORDE DE PRODUÇÃO
A expectativa é que a safra nacional 2018/19 de algodão em pluma alcance novamente recorde de produção, impulsionada pela elevação da área semeada. Esse crescimento, por sua vez, está associado à maior rentabilidade do algodão frente às demais culturas concorrentes em áreas e ao ambiente favorável para contratos antecipados (a serem cumpridos em 2019 e também 2020). Nessas condições, pelo segundo ano consecutivo, o Brasil continua como o quarto maior produtor do mundo e, ultrapassando a Índia, deve se tornar o segundo principal exportador, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. No período de tomada de decisão sobre a temporada 2018/19, o algodão era uma das poucas culturas com expectativa de manutenção de preços atrativos. Com isso, produtores tradicionais consultados pelo Cepea e também aqueles com disponibilidade de crédito e possibilidade de colheita e beneficiamento terceirizados aumentaram a área e/ou passaram a cultivar algodão.