As atividades de colheita da temporada 2018/19 estão em bom ritmo no Brasil, mas apenas poucos lotes de café novo têm sido negociados no mercado físico. Pesquisadores do Cepea informam que a justificativa para esse cenário é que muitos agentes continuam retraídos da comercialização. Exportadores devem esperar a entrada de um maior volume de grãos novos para adquirirem grandes volumes. Vendedores, por sua vez, só disponibilizam o grão em momentos de necessidade de caixa para custear os trabalhos no campo. Enquanto os negócios para a safra 2018/19 seguem em menor ritmo, boa parte do café remanescente da temporada 2017/18 já foi comercializada. Em quase todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, o volume de produto nas mãos de produtores e de cooperativas está em aproximadamente 10% da produção. Muitos produtores aproveitaram o dólar mais valorizado dos últimos meses para negociar estes cafés.
ARROZ: INDICADOR FECHA ACIMA DE R$ 40,00/SC
O Indicador do arroz em casca ESALQ/SENAR-RS, 58% de grãos inteiros, fechou acima dos R$ 40,00/saca de 50 kg nessa terça-feira, 26, cenário que não era observado desde 14 de agosto de 2017, em termos nominais. De 19 a 26 de junho, o Indicador ESALQ/SENAR-RS subiu 1,26%, fechando a R$ 40,19/saca de 50 kg no dia 26. No acumulado parcial deste mês (até o dia 26), o aumento já é de 7%. Para efetivarem novas aquisições de casca, seja do produto depositado em seus armazéns ou do arroz “livre” (armazenado nas propriedades rurais) e repor estoques, indústrias precisam aumentar as ofertas de compra. Do lado vendedor, segundo pesquisadores do Cepea, alguns orizicultores estão presentes no mercado, devido à necessidade de “fazer caixa” para cumprir compromissos de safra, mas estes estão firmes nos valores pedidos, atentos à boa demanda para entrega no mercado doméstico e para exportação. Já outros seguem resistentes a novas vendas.
ALGODÃO: CAUTELA DE COMPRADORES PRESSIONA INDICADOR
A cautela de compradores e algumas ofertas de pluma da nova temporada têm pressionado as cotações de algodão no mercado brasileiro, segundo informações do Cepea. Algumas indústrias têm trabalhado com a pluma armazenada e/ou abaixo da capacidade e, com isso, realizam pequenas reposições de estoque no mercado spot. Já para entrega nos próximos meses, muitas unidades buscam negociar novos lotes. Comerciantes também estão cautelosos, entrando no mercado apenas quando há necessidade de atender a contratos. De 19 a 26 de junho, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registrou queda de 1,05%, fechando a R$ 3,7411/lp nessa terça-feira, 26.
BANANA: COM ACÚMULO DE FRUTAS, PREÇOS RECUAM NO ATACADO
A disponibilidade de banana está elevada no atacado, de acordo com colaboradores do Hortifruti/Cepea. Esse cenário preocupa agentes, visto que a “safra” da prata deve se intensificar nas próximas semanas, pressionando ainda mais as cotações. As negociações enfraquecidas são resultado de uma combinação de três fatores: concorrência com outras frutas, jogos da Copa do Mundo e baixo poder de compra da população. A safra de poncã paulista, que está perto do fim, afetou a negociação de banana por conta da preferência pela fruta da época, com o argumento de que há produção de banana o ano inteiro. Quanto aos jogos da Copa do Mundo, agentes afirmam que isso tem reduzido a procura pelas frutas, além de também coincidir com o período das férias escolares de julho, quando as vendas tipicamente caem. Além disso, em período de fim de mês, as negociações geralmente diminuem, pressionando as cotações.