As cotações domésticas do café arábica estão registrando fortes oscilações ao longo de março, mas, no balanço do mês, acumulam quedas. Pesquisadores do Cepea indicam que, nos momentos de baixa, mais evidentes nos últimos dias, a pressão vem especialmente das desvalorizações dos futuros da variedade e do dólar. Já os pequenos avanços observados pontualmente se devem à retração vendedora no Brasil e a dias em que o mercado externo e o dólar operam em alta. Pesquisadores ressaltam que, com as baixas nos preços predominando, o mercado nacional segue com pouca liquidez.
ARROZ: INDICADOR OPERA NA CASA DOS R$ 86/SC
Há pouco mais de uma semana, o Indicador ESALQ/SENAR-RS do arroz em casca vem operando na casa dos R$ 86,00/saca de 60 kg – nessa terça-feira, 23, fechou a R$ 86,59/sc. Apesar dessa relativa estabilidade do Indicador, as diferentes regiões do Rio Grande do Sul que compõem a média do estado apresentam movimentos distintos nos preços. Segundo pesquisadores do Cepea, isso é resultado da proximidade da intensificação da colheita da safra 2020/21, quando os valores regionais começam a se reajustar em relação ao Indicador.
ALGODÃO: COM INDÚSTRIA RETRAÍDA, OFERTA SUPERA DEMANDA E PREÇO CAI
Na medida em que a pandemia de covid-19 se agrava no Brasil, resultando em restrições mais severas no comércio, incertezas quanto à demanda crescem e mantêm agentes de indústrias afastados das compras de novos lotes de algodão em pluma. Diante disso, pesquisadores do Cepea indicam que a oferta doméstica, ainda que restrita, já tem superado a demanda. Esse cenário, atrelado às recentes quedas nos preços internacionais da pluma, pressiona os valores do algodão no mercado brasileiro. No geral, os fechamentos são pontuais e envolvem pequenos volumes.
MELANCIA: COM A OFERTA REDUZIDA, PREÇOS SEGUEM EM ALTA
Os preços da melancia registraram nova alta nas roças nos últimos dias, impulsionados pela redução da oferta, segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea. Em Teixeira de Freitas (BA), o preço da graúda (>12 kg) subiu 29,7% frente à média da semana anterior, para R$ 0,89/kg no período entre 15 e 19 de março. Nas regiões paulistas, onde os valores já estavam elevados, a fruta de mesmo calibre foi cotada na média de R$ 0,88/kg na última semana, valor 5,8% superior na mesma comparação – em ambas as praças, o preço máximo da graúda chegou a R$ 1,00/kg. No atacado, as cotações também continuam em alta, com a fruta de mesmo calibre sendo vendida por R$ 1,72/kg, em média. Apesar das valorizações, atacadistas consultados pelo Hortifruti/Cepea relatam menor demanda, mesmo com as altas temperaturas nas principais regiões consumidoras. A redução da procura é reflexo das medidas mais restritivas com relação à circulação de pessoas e abertura de comércios para contenção do avanço da pandemia. Para as próximas semanas, a expectativa é de manutenção dos valores em patamares elevados nas regiões produtoras, principalmente por conta da diminuição da oferta das frutas baianas e da menor área destinada à safrinha paulista.