De acordo com pesquisas do Cepea, os valores domésticos do café robusta têm registrado certa recuperação, influenciados pelas elevações nos preços futuros da variedade e do dólar e também pelo aquecimento na demanda. Nessa terça-feira, 3, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 acima fechou a R$ 281,21/saca de 60 kg, avanço de 0,5% em relação à terça anterior, 27 de agosto. Apesar da maior liquidez, agentes apontam que o volume de café da safra 2019/20 nas mãos de produtores ainda é significativo. Até a última semana de agosto, esse montante correspondia de 55 a 45% do total produzido no Espírito Santo, segundo agentes consultados pelo Cepea. Já em Rondônia, essa quantidade é inferior, uma vez que a maior parte produzida na safra 2019/20 foi negociada anteriormente e entregue nos últimos meses. Segundo agentes, o volume de café na mão de produtores rondonienses corresponde de 30 a 20% do total produzido. Para o arábica, os preços domésticos levantados pelo Cepea também avançaram nos últimos dias, sustentados especialmente pelos fortes avanços do dólar e dos futuros da variedade. Nessa terça-feira, o Indicador CEPEA/ESALQ do café arábica tipo 6 bebida dura para melhor fechou a R$ 420,55/saca de 60 kg, leve alta de 0,3% em relação à terça anterior, 27.
ARROZ: CULTIVO DA NOVA SAFRA TEM INÍCIO COM PREÇOS MENORES QUE EM 2018
Pesquisas do Cepea apontam que os preços de arroz em casca subiram em agosto, recuperando parte das perdas registradas em julho, devido ao maior interesse comprador e à restrição vendedora. Entretanto, a nova safra começa com valores menores que os registrados no mesmo período de 2018. O fato é que, apesar da pouca disponibilidade – mesmo com importações recordes –, o baixo consumo interno e a queda nas exportações acabam prevalecendo e nem mesmo os menores estoques de passagem esperados para o início de 2019 estão conseguindo sustentar os valores. Produtores consultados pelo Cepea optam em negociar outros produtos, restringindo o interesse pela venda do arroz em casca. Pontualmente, agricultores ofertam mais arroz para “fazer caixa”, para cumprir com as despesas do início do cultivo da nova safra 2019/20. Além disso, vendedores consultados pelo Cepea também se retraíram, devido à aprovação pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de prorrogação das parcelas das operações de crédito rural de custeio da cultura do arroz. De 27 de agosto a 3 de setembro, o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, apresentou leve alta de 0,2%, fechando a R$ 44,93/sc de 50 kg na terça-feira, 3. Em agosto, o aumento foi de 4,4% e na parcial do ano (janeiro a agosto), de 11,5% A média mensal do Indicador, de R$ 43,75/sc, ficou apenas 1,6% acima da média de julho/19, porém, está 5,5% menor que a média de agosto/18 (dados atualizados pelo IGP-DI de julho/19).
ALGODÃO: COM BAIXA LIQUIDEZ, PREÇOS CAEM PELO QUARTO MÊS CONSECUTIVO
A comercialização de algodão em pluma seguiu lenta ao longo de agosto. Agentes consultados pelo Cepea priorizaram os embarques de contratos destinados aos mercados interno e externo. Assim, com boa parte da produção comprometida, cotonicultores estiveram focados na colheita e no beneficiamento da safra 2018/19. Vendedores ativos estiveram firmes nos valores pedidos, até mesmo para os lotes com alguma característica, como micronaire. Do lado comprador, parte das empresas consultadas pelo Cepea permanece fora de mercado, utilizando a matéria-prima já contratada e/ou estocada, ao mesmo tempo em que outras adquirem, geralmente, pequenos volumes para atender à necessidade imediata. Comerciantes estiveram mais ativos para aquisições de lotes no spot, no intuito de atender a programações; já as negociações “casadas” estiveram lentas, devido às dificuldades em acordar os preços e a qualidade da pluma. Assim, pelo quarto mês consecutivo, entre 31 de julho e 30 de agosto, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, caiu 1,46%. No acumulado do ano (de 28 de dezembro a 2 de setembro), a baixa é de 19,83%.