Em março, o Indicador CEPEA/ESALQ do café arábica do tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, teve média de R$ 485,91/saca de 60 kg, a menor desde maio de 2016, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de fev/17). Em relação ao mês anterior, o Indicador caiu 4,5% e, sobre março/16, 5,5%. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão veio especialmente do baixo ritmo de negócios e da queda nos valores externos do grão. No geral, houve grande disparidade entre os preços ofertados por compradores e os pedidos por produtores, limitando os fechamentos no correr de março. Para abril, a expectativa de agentes consultados pelo Cepea é que a liquidez aumente, dada a necessidade de produtores “fazerem caixa” com a proximidade da colheita da nova temporada (2017/18) – as atividades devem ser iniciadas em junho em muitas regiões.
ARROZ: INDICADOR CAI PARA O MENOR VALOR NOMINAL DESDE SET/15
Em março, o Indicador do arroz em casca ESALQ/SENAR-RS recuou expressivos 15,3%, encerrando o mês a R$ 39,90/sc de 50 kg, o menor valor diário nominal desde o final de setembro de 2015. Na parcial de 2017 (até o último dia 31), o Indicador acumula queda de 19,2%. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão veio da maior oferta e da demanda enfraquecida. Além do avanço da colheita da safra 2016/17 no Rio Grande do Sul, orizicultores com necessidade de “fazer caixa” disponibilizaram vários lotes no spot em março. Do lado comprador, no entanto, algumas indústrias receberam contratos de troca de insumo/arroz em casca firmados anteriormente, enquanto outras estiveram trabalhando com o cereal da safra 2015/16 e/ou com o arroz importado.
BATATA: MENOR OFERTA ELEVA PREÇOS EM ATÉ 43% NA SEMANA
Os preços da batata seguem em forte alta nos principais atacados do País, refletindo a menor oferta do tubérculo. Na semana passada, a maior média da batata padrão ágata foi registrada na ceasa do Rio de Janeiro, de R$ 80,56/sc de 50 kg, expressivo aumento de 42,6% em relação ao período anterior. Em Belo Horizonte e São Paulo, as valorizações foram de respectivos 37,7% (R$ 70,06/sc) e 28% (R$ 70,29/sc). Segundo pesquisadores da equipe Hortifruti/Cepea, os baixos preços no correr da temporada das águas fizeram com que alguns produtores “tirassem o pé do acelerador”, limitando a área cultivada para ser colhida em abril. Além disso, chuvas no início da última semana em Guarapuava (PR), Cristalina (GO) e no Cerrado Mineiro interromperam as atividades de colheita. As precipitações combinadas ao forte calor reduziram, ainda, a produtividade em relação aos meses anteriores. Vale (SA:VALE5) ressaltar, também, que muitos produtores do Sul de Minas já finalizaram a safra das águas, restringindo o volume ofertado.
ALGODÃO: COM ALTA DE 2% EM MARÇO, INDICADOR RECUPERA PERDAS DE FEVEREIRO
Os preços internos do algodão acumularam alta em março, recuperando as perdas do mês anterior. O Indicador CEPEA/ESALQ com pagamento em 8 dias, referente à pluma 41-4 posta em São Paulo, registrou aumento de 1,9%, ante o recuo de 1,6% em fevereiro, com a média mensal, de R$ 2,7507/lp, superando em 0,3% a de fev/17 e em 7,2% a de mar/16, em termos reais – IGP-DI de fev/17. Segundo pesquisadores do Cepea, a reação esteve atrelada à postura firme de vendedores e ao maior interesse de indústrias em adquirir o produto, especialmente na primeira quinzena, ainda que a maioria dos fechamentos tenha envolvido pequenos lotes para entregas rápidas.