Mantendo a inclinação positiva dos pregões recentes, o mercado internacional do café seguiu nos mesmos patamares nesta semana até quarta-feira — o balanço do CNC foi antecipado para esta quinta-feira em função da realização, amanhã, da Assembleia Geral Ordinária da entidade —, à medida que os avanços foram freados por realizações de lucro, que geraram um resultado levemente negativo no cômputo semanal.
O cenário foi sustentado pela sensação de precário equilíbrio entre oferta e demanda mundiais, pelo comportamento do dólar e por indicadores técnicos, o que pode ter estimulado os fundos de investimento a retomarem posições compradas, apostando em um cenário de alta.
Tecnicamente, o mercado rompeu as resistências em US$ 1,5070 e US$ 1,5160 e tem como próximos objetivos os níveis de US$ 1,5620 e US$ 1,6170. Por outro lado, se falhar nessas tentativas, os suportes se encontram em US$ 1,5130 e US$ 1,4855.
A recente recuperação dos preços do café tem revelado uma demanda de compra estável, porém analistas creem que os players altistas devem acelerar o rompimento das resistências para tentarem eliminar os vestígios negativos de dezembro, mês em que o mercado tocou a mínima de US$ 1,3285 no dia 28.
Na ICE Futures US, o vencimento março do contrato “C” encerrou o pregão de quarta-feira a US$ 1,5290 por libra-peso, registrando leve recuo de 30 pontos em relação ao desempenho da sexta-feira anterior. Na ICE Futures Europe, o contrato com vencimento em março acumulou perdas de US$ 30 até ontem, sendo cotado a US$ 2.231 por tonelada.
Após três quedas seguidas, o dólar subiu na terça-feira, mas voltou a cair ontem, o que favoreceu o desempenho das commodities. No mercado cambial, o cenário é de cautela frente às dúvidas sobre como o protecionismo comercial defendido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, poderá afetar o crescimento da economia do país.
No Brasil, o dólar acompanhou o movimento externo, com pouco volume de negócios, ontem, devido ao feriado de aniversário da cidade de São Paulo. Assim, a divisa norte-americana registrou recuo de 0,35% na semana até hoje, valendo R$ 3,1715.
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os preços dos cafés arábica e conilon percorreram caminhos opostos até quarta-feira, com a primeira variedade sendo puxada pelo desempenho da Bolsa de Nova York, ao passo que a segunda vem perdendo força com a ausência de compradores.
Os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 533,36/saca e a R$ 489,14/saca, respectivamente, com variações de +1,52% e -2,57% na comparação com o fechamento da sexta-feira passada.