Os contratos futuros do café, nos mercados internacionais, registraram pouca oscilação nesta semana, porém mantendo uma tendência baixista no curto prazo.
Foram três fechamentos negativos de segunda a quarta na Bolsa de Nova York, o que conduziu as posições do arábica para uma queda acumulada de 155 pontos, com o contrato C, com vencimento em maio, cotado a US$ 1,3775 por libra-peso. Na ICE Futures Europe, o vencimento maio do café robusta encerrou o pregão de ontem a US$ 2.143 por tonelada, com leve perda semanal de US$ 6.
Os motivadores do desempenho negativo são o início dos trabalhos de cata do café conilon, a aproximação do início da colheita do arábica no Brasil e a recuperação do dólar. A moeda norte-americana se revigorou frente ao real ontem, encerrando a sessão a R$ 3,1457, com alta de 0,5% na semana.
A ata da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) de março influenciou o desempenho, à medida que sinalizou a possibilidade do começo do arrefecimento do seu balanço de títulos em 2017, de US$ 4,5 trilhões. Assim, pode ser descontinuado o processo de elevação dos juros, o que tende a impulsionar o dólar.
No Brasil, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a colheita de conilon começou em Rondônia, mas o clima chuvoso, apesar de não prejudicar a qualidade do café, atrapalha os trabalhos. Chuvas regulares também foram registradas nas lavouras de robusta do Espírito Santo, mas as temperaturas permanecem altas.
O Cepea informou, ainda, que as precipitações também foram vistas em quase todas as regiões pesquisadas na última semana, o que contribui para o enchimento dos grãos, em especial da variedade arábica. Apenas no noroeste do Paraná o clima continuou firme, no entanto as condições das lavouras permanecem boas.
De acordo com a World Weather, as chuvas devem continuar de hoje até a maior parte da semana que vem nas regiões produtoras entre sul de Minas e Paraná, com volume mais significativo neste sábado. Há possibilidade de precipitações ocasionais na Zona de Mata e em localidades da Bahia. Já a maioria das outras áreas do cinturão produtor ficará seca.
O mercado físico brasileiro segue lento, com poucos agentes no mercado, conforme os vendedores consideram os preços aquém de suas expectativas. Os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 473,39/saca e a R$ 423,13/saca, com variações de, respectivamente, -0,4% e -3,5% em relação ao fechamento da sexta-feira anterior.