Com fraco volume de negócios, devido às festas de final de ano, os futuros do café acumularam perdas nesta semana, resultado dos movimentos especulativos visando à realização de lucro no curto prazo.
Em movimento alinhado com o cenário externo, a cotação do dólar comercial, ontem, foi de R$ 3,2993, registrando queda de 2,7% em relação ao fechamento da semana anterior.
Na ICE Futures US, o vencimento março do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,391 por libra-peso, com queda de 335 pontos em relação ao fechamento da semana passada. O vencimento março do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 2.064 por tonelada, com desvalorização de US$ 19 frente à última sexta-feira.
Até o momento, o clima segue favorável ao desenvolvimento da safra 2017/18 de café no Brasil, motivando a realização de tratos culturais e criando expectativas de boa produtividade, conforme divulgado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
No entanto, a próxima safra será menor, por ser ano de bienalidade negativa na produção de arábica em importantes origens produtoras, como o Sul de Minas, o Cerrado Mineiro e a Mogiana Paulista.
A variação normal devido à bienalidade do arábica será agravada pelo fato de muitos produtores terem optado pela safra zero e por parte dos cafezais estarem debilitados pela combinação de alta produtividade neste ano e enfrentamento de períodos de condições climáticas adversas entre 2014 e 2016.
A produção de robusta voltará a ser aquém do potencial, pelo terceiro ano consecutivo, devido ao período de estiagem prolongada enfrentada pelos cafeicultores capixabas. Porém, o Cepea também informou que “o retorno das chuvas nas principais regiões produtoras do Espírito Santo e de Rondônia renovou as esperanças de cafeicultores” e o rendimento da safra 2017 tende a ser melhor.
No mercado doméstico, os negócios continuaram fracos, conforme esperado para esta época do ano. Os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 494,76/saca e a R$ 490,14/saca, respectivamente, com variações de 0,4% e 0,8% em relação ao fechamento da semana anterior.