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Câmbio: Perspectivas da Economia Brasileira Recomendam Cautela

Publicado 01.03.2016, 14:13
USD/BRL
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O mercado de câmbio brasileiro perde volume e a economia não revela melhoras em seu estado relevantemente deteriorado.

Há crença de que podemos alcançar um volume substantivo de investimentos diretos, algo como US$ 55,0 Bi líquidos, e alcançarmos US$ 30,0 Bi de saldo positivo na balança comercial, números que parecem um tanto quanto afastados da realidade com base no bimestre inicial e as perspectivas para o ano.

O fluxo cambial líquido para o Brasil até o dia 24 último revelava modesto saldo positivo de US$ 313,0 M, já sinalizando saídas liquidas de US$ 4,552 Bi pelo segmento financeiro.

O país acaba de consolidar mais uma derrota imposta por agência de rating importante, nossos papéis são considerados “junk” no mercado internacional, não havendo mais olhares com simpatia em nosso entorno, mas sim severas críticas desgastantes.

Inquestionavelmente o país perde atratividade para investimentos em conta capital, tem inflação mediana projetada em 7,57%, mas sabidamente o potencial é para superar 9,0% sem grande esforço, até porque continua célere e expressiva apuração à apuração, enquanto, ao mesmo tempo tem atividade industrial e PIB em firme e confiável tendência de recrudescimento.

Janeiro já revelou algum movimento de saída de recursos investidos em renda variável, normalmente atraídos pela expressividade do juro que o país oferta, mas a tendência correta de não elevá-lo pela ineficácia num ambiente de inflação inercial e esta se mantendo aquecida são fatores que devem estar sendo ponderados pelos investidores.

O cenário adverso afeta a possibilidade de novas captações de recursos no exterior, seja para capital de giro seja para simples rolagem, pois a disponibilidade recua e os custos se elevam na medida em que o país tem agravado seu risco. Não captar capital de giro novo afeta, mas não rolar as operações vincendas implica em saída efetiva de recursos do país.

Então, é preciso olhar as perspectivas dos fluxos financeiros otimistamente projetados de forma mais sensata, mais realista.

Nossa balança comercial com projeção de saldo líquido positivo de US$ 30,0 Bi parece valorizar muito o poder de demanda dos nossos produtos básicos, como commodities agrícolas e metálicas, e subestimar que a economia global passa por momento de recuperação lenta.

A China, nosso cliente maior, vem emitindo sinais controversos sobre sua efetiva situação, que vai de queda dos PMI´s até projeções de expressivos números de demissões projetadas para reduzir excesso de capacidade. E devemos sempre considerar que os dados da economia chinesa precisam ser observados sempre de forma muito contida.

A matriz de controle dos parâmetros de preço da moeda americana parece esgotada, fortemente tendente a perda de eficácia e com baixíssima capacidade de contenção à uma pressão altista mais intensa movida por saída efetiva de recursos do país.

Intervenção cambial se mostra válida em períodos pontuais, mas ao longo do tempo é muito difícil sobrepor-se e vencer a verdadeira tendência do mercado.

O Brasil tem procurado controlar o preço na medida com a oferta de swaps cambiais, que proporciona hedge para as exposições das empresas em moeda estrangeira, e, fornecimento de linhas de financiamentos aos bancos, para que estes possam gerar liquidez no mercado à vista poupando-o de dispor de parte das reservas cambiais, ao operarem com posições vendidas atraídas por ganhos de arbitragens e atendendo o desejado pela autoridade monetária.

Este montante de posições vendidas lastreadas em fundos gerados pela autoridade monetária tem se mantido no entorno de US$ 20,0 Bi.

Mas, ao que tudo indica haverá maiores perturbações no mercado de câmbio, já que não se esperar, como tem sido sugerido, momentos de absolutamente calmaria, num contexto em que o país revela inúmeros problemas sugestivos de entraves no setor externo.

Por isso, é preciso cautela com o preço da moeda americana no nosso mercado, pois as perspectivas recomendam atenção e naturalmente num ambiente de demanda efetiva de divisas a oferta de swaps cambiais não será solução, pois não será demanda por hedge, mas sim por moeda efetiva, e os bancos não poderão elevar suas posições vendidas a níveis exacerbados por afetar seus balanços, num contexto que pode não sugerir fluxos de ingressos para cobertura.

O confronto direto entre demanda efetiva do mercado por divisas poderá exigir efetiva venda de reservas cambiais pela autoridade monetária, sem a segurança de contenção do preço.

A visão cautelar sobre as perspectivas poderá evitar contratempos advindos do erro de formar juízo a partir do olhar cético sobre o momento, como sendo a realidade.

Hoje se inicia o mês que fechará o 1º trimestre, que permitirá uma quantificação melhor e mais completa da situação da economia brasileira.

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