Se havia alguma dúvida que o cenário político é neste momento o principal responsável e condicionante pela subida da bolsa e a valorização do real, neste momento não há.
A cada evento em que se aproxima o eventual impeachment da presidente Dilma, o mercado ganha fôlego e a bola já ultrapassou os 50.000 pontos com o dólar chegando a cair abaixo dos R$3,60.
Parece-me claro que existe também um aproveitamento por parte do mercado da situação politica para especular e obter ganhos elevados na bolsa.
Também existem outros fatores como a alta dos preços do barril de petróleo acima dos US$40,00, que tem puxado a valorização de ativos ligados a este setor, influenciado a bolsa e levado a ajudar a depreciação do dólar.
Este “duo dinâmico”, Dilma e Lula, sob forte suspeita e sem credibilidade continuará a agitar o mercado financeiro, favorecendo movimentos exacerbados e especulativos nos próximos tempos.
Esta valorização do real brasileiro está tornando-se favorável a saída de capitais investidos no Brasil, veja-se até a data de hoje o saldo do fluxo cambial está negativo em 6Bi, mas as reservas cambiais tem permanecido mais ou menos estáveis com um bom nível de conforto.
Neste momento a nossa maior segurança encontra-se precisamente nas reservas cambiais, mesmo retirando a parte compromissada com os SWAPs e as posições vendidas dos bancos.
Ainda é cedo para sabermos como será o comportamento dos fluxos cambiais durante o ano, neste momento existem mais saídas do que entradas pelo lado financeiro, já que no comercial a balança apresenta saldo positivo, até a data de 13 de Março, de 6Bi (dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).
Apesar de muitos eventos e dados negativos ocorridos durante 2015 e este início de 2016, não se tem assistido a uma saída em massa de investimento estrangeiro. Se bem que este ponto é muito relativo, pois se há saídas existem também entradas. É certo que pelo lado financeiro saíram aproximadamente 12 Bi (dados do BC) e pelo comercial entraram 6BI, daqui se retira precisamente a diferença de -6Bi no fluxo cambial atual.
A questão pertinente neste fato é se a tendência será do agravamento do saldo negativo do fluxo cambial ou da sua melhoria. Para isso teremos que esperar, dada a imprevisibilidade deste movimento no atual contexto econômico e politico.
Este elemento é fundamental para a estabilidade de nossas reservas cambiais.
É quase certo que a balança comercial fechará o ano no positivo, não sei se serão os 35 ou 40 Bi previstos, pode ser mais ou menos, também não se consegue prever qual será o IED (se será 50 ou 60 Bi pode ser mais ou menos).
Tenho, em minha opinião, que estes valores estão sobrevalorizados, não deverão atingir esse patamar, mas ficaria agradavelmente surpreendido se essas projeções se verificassem e até fossem ultrapassadas.
Em quanto durar esta novela do “Duo Dinâmico”, lava-jato, acarajé e outros, seremos confrontados com estados de euforia e depressão, quase todos os dias, conforme o desenrolar dos acontecimentos e de novos fatos que forem sendo revelados.
Pois não tenho dúvidas, muita coisa ainda está para ser revelada e para acontecer, onde terão forte impacto no mercado.
A procissão ainda vai ao adro, e este cenário confuso e conflituoso atual tenderá a manter-se por muito tempo.
O momento especialmente para quem é novo em termos de investimentos é de cautela, não se deixe apanhar pelos tubarões do mercado, para uns ganharem muito outros tem que perder, é o risco, é a ciranda financeira que o Duo Dinâmico tem dado grande, grande ajuda!