A Câmara dos Deputados com mais de 2/3 dos votos aprovou a admissibilidade do impeachment, que depois sobe para o Senado, que deverá afastar a pPresidente Dilma por 180 dias até a votação final.
O mercado estava a espera ansioso por este desfecho e a medida que se ia tornando realidade foi-se criando um ambiente propício a um estado eufórico e ao mesmo tempo especulativo.
Neste momento a cotação do dólar a volta dos R$ 3,50 e a bolsa acima de 53.000 pontos era por demais imprevisível, pelo menos eu não tinha esse vislumbre e não li qualquer projeção que antecipasse esse cenário, até pelo contrário.
O BC aproveitaa para diminuir a sua exposição ao mercado de forma forte com os swaps cambiais reversos e a diminuição dos tradicionais.
Com isso, o BC ganha maior folgo e mais munição se houver uma tentativa de especulação exacerbada de alta da cotação do dólar.
A sua posição líquida de comprometimento de swaps reduziu para US$ 72 bilhões e com tendência para redução ainda maior.
O BC segura a cotação do dólar para que não caia abaixo dos R$ 3,50 assim como fez muito bem em segurar a alta do dólar acima dos R$ 4,00.
Quem tem lido meus artigos verá a coerência do que defendo para cotação do dólar entre os R$ 3,50 a R$ 3,75 (a banda pode até ser inferior em determinadas circunstâncias), de forma a manter a trajetória de crescimento das exportações e ao mesmo tempo limitar o impacto do câmbio na inflação.
O que o mercado anseia é uma mudança de governo e principalmente da matriz econômica, mas mesmo que isso venha a acontecer com uma equipa de peso num “novo governo” os seus efeitos maiores só serão sentidos no médio e longo prazo.
Temos que ter atenção que as eleições estão aí ao virar da esquina, 2018 e quem esteja a governar estará sempre condicionado por este fato. Dois anos podem parecer muito, mas em termos macroeconômicos é pouco e a aplicações das medidas necessárias (impopulares) ao país poderão ser condicionadas por esse facto.
Além de que a aprovação dessas medidas no congresso se avizinha difícil. Uma coisa foi a unidade em torno do impeachment, outra é como vai ser a articulação e o relacionamento com o Congresso.
Vamos acompanhando, sendo certo que o cenário macroeconômico e das contas públicas pouco mudou e se mudar deverá ser para pior em 2016.
Vamos ver!