- O euro luta para se manter em torno de 1,1050 contra o dólar, em meio a dados econômicos fortes nos EUA e à queda da inflação na Europa.
- Traders se preparam para uma maior volatilidade antes dos dados cruciais de emprego nos EUA, que podem influenciar as expectativas de cortes nas taxas.
- Uma possível divergência nas políticas entre o Fed e o BCE pode sinalizar novas quedas para o euro.
O euro continua pressionado frente ao dólar (EUR/USD), oscilando logo abaixo de 1,1050 durante a sessão europeia de quinta-feira, testando os menores níveis em três semanas. O mercado está nervoso com a confluência de fatores que afetam o par, aumentando a volatilidade.
A recente força da moeda americana tem um papel importante, decorrente da redução das expectativas de cortes agressivos nas taxas do Federal Reserve e do aumento das tensões no Oriente Médio.
Por outro lado, a crescente especulação sobre um possível corte de 50 pontos-base pelo Banco Central Europeu em outubro tem pressionado o euro.
Os fortes dados ADP divulgados ontem nos EUA mostraram que o mercado de trabalho continua resiliente, o que pode fazer com que o Fed considere um corte mais moderado em novembro.
Enquanto isso, o euro enfraquece após os dados de inflação de setembro ficarem abaixo do esperado, trazendo a taxa de inflação da zona do euro para 1,8%, a primeira vez que cai abaixo da meta de 2,0% do BCE em 39 meses.
Esses dados aumentam a probabilidade de o BCE adotar uma postura mais agressiva em relação ao corte de juros, o que pode pressionar ainda mais o euro ao desestimular a entrada de capitais estrangeiros.
Essa medida também pode elevar as chances de outro corte pelo BCE, levando a uma divergência mais acentuada na política monetária em relação ao Fed nos próximos dias.
Dados dos EUA dão força ao dólar
Os dados recentes dos EUA fortalecem a narrativa de que o Federal Reserve pode adotar uma abordagem mais gradual para os cortes de juros, especialmente com a robustez do mercado de trabalho.
Essa mudança já começou a se refletir na alta do índice DXY. No entanto, os dados de emprego de amanhã serão cruciais para moldar as expectativas e influenciar o comportamento do mercado.
Atualmente, a pressão de venda sobre o par EUR/USD persiste.
Como operar o EUR/USD?
O euro caiu para 1,103 frente ao dólar em meio à tendência de baixa desta semana.
Se os dados de emprego de amanhã vierem fortes, podemos ver o dólar continuar sua recuperação, levando o EUR/USD a testar o nível de suporte em torno de 1,099.
Um padrão de topo duplo se formou no gráfico diário do EUR/USD entre os meses de agosto e setembro. Se o par romper abaixo de 1,10, isso pode desencadear uma queda em direção a 1,07.
Além disso, a queda da inflação abaixo da meta do BCE abriu caminho para um corte de juros mais rápido pelo banco central. Essa possível divergência de políticas é outro fator-chave que pode contribuir para novas quedas no EUR/USD.