IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor
O que é o IPCA? Qual sua importância?
O IPCA é uma das medidas mais importantes de inflação que temos no país. Tem por objetivo medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias. Esta faixa de renda foi criada com o objetivo de garantir uma cobertura de 90% das famílias pertencentes às áreas urbanas de cobertura do Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor – SNIPC.
LEITURA
Primeiramente acho que cabe uma explicação sobre o Índice de Preços:
- Índices de Preços: Produzidos contínua e sistematicamente, os índices de preços ao consumidor permitem acompanhar, mensalmente, o comportamento dos preços dos principais produtos e serviços consumidos pela população. Esta área engloba o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), baseado em cesta de consumo de famílias de renda mais alta. Além deste, através do Sistema Nacional de Custos e Índices da Construção Civil pode-se acompanhar a evolução de preços, a mão-de-obra e dos materiais empregados no setor.
Inclusive no caso do IPCA. Eles até têm um calendário de coleta e um calendário de “previsão de divulgação”. Esses calendários são de extremo valor para o investidor ficar ligado em quando saí cada dado e como isso pode afetar os seus investimentos ou até sua tomada de decisão.
Vou deixar no final do artigo os links dos calendários. Seguindo em frente.
O IPCA é acompanhado para entender as variações dos preços dos produtos e é considerado pelo Banco Central, métrica oficial para medir inflação ou deflação.
Mas como isso é calculado…
A coleta de dados para o cálculo do IPCA vai do dia 1º ao dia 30 ou 31 de cada mês, contemplando setores do comércio, prestadores de serviços, domicílios (para verificar valores de aluguel) e concessionárias de serviços públicos.
Os preços obtidos na pesquisa retratam pagamentos à vista nas seguintes categorias: alimentação e bebidas, artigos de residência, comunicação, despesas pessoais, educação, habitação, saúde e cuidados pessoais, transportes e vestuário.
Segundo o IBGE, esta é a Ponderação das Despesas que definem o IPCA:
Qual a diferença entre o IPCA-15 e o IPCA-E?
O IPCA-15 é uma prévia do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o indicador oficial da inflação no país. O “15” não é por um acaso rs. A cada 15 dias esse dado é divulgado. Além disso, o cálculo desse índice vai do dia 16 do mês anterior até o dia 15 do mês atual, abrangendo alimentação e bebidas; artigos de residência; comunicação; despesas pessoais; educação; habitação; saúde e cuidados pessoais; transportes e vestuário.
O IPCA-E (Índice de Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial) é medido pelo IBGE e divulgado a cada fim de trimestre, sendo formado pelas taxas do IPCA-15 de cada mês. Seu objetivo é realizar um balanço trimestral da inflação. Além disso, o IPCA-E é utilizado no reajuste do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).
Como o IPCA pode impactar os seus investimentos?
De todas as formas.
Primeiro porque a inflação corrói o poder de compra da moeda e do seu dinheiro, portanto, o primeiro objetivo de qualquer investidor é buscar a proteção do seu poder de compra através de investimentos que rendam mais que a inflação, ou seja, mais que o IPCA!
Um aumento do IPCA tende a diminuir o seu ganho real, se o seu ganho não conseguir superar suficientemente o aumento de inflação. É engraçado que o IPCA pode afetar a SELIC (Taxa Básica de Juros do país) que é hoje é um dos principais instrumentos utilizados para controlar a inflação (podem-se usar outros instrumentos).
Mas vamos levar em consideração que seja sempre a SELIC a ser usada como ferramenta de controle. Caso o IPCA suba muito (hipoteticamente) para 10%, o COPOM (Comitê de Política Monetária) vai ter que subir a SELIC para compensar a alta da inflação e tentar conter os avanços dos preços.
O contrário também é verdade e está acontecendo no tempo em que escrevo esse artigo, os dados de inflação estão vindo fraco por conta de uma economia que não engatou, desemprego muito alto e família bastantes endividadas ainda. Sendo assim, o COPOM está à espera de dados mais concretos para cortar a taxa de juros básica do país, para estimular a economia. Em outras palavras, fazer a inflação andar para a meta estipulada pelo BACEN.
Se isso acontecer, seus investimentos, como o dinheiro na poupança que já está rendendo 70% da SELIC, vão render muito menos ainda. Vamos fazer um exercício hipotético, com taxa de juros a 4,55% a.a. (poupança) e uma inflação de 4% a.a. nós temos um juro real de 0,55% ao ano. O que chega a ser ridículo. Agora imagine que aconteça um corte e a SELIC vá a 5,75% ao ano, logo a poupança vai ter que render 70% disso, que daria 4,025% ao ano. Se a inflação andar pouquinho para acima da meta e for a 4,1% ao ano, você já está com um juro real negativo 0,075% ao ano e vai estar pagando para pôr seu dinheiro na poupança.
Não só na poupança, mas se você estiver posicionado em varejo principalmente… Ações do Grupo Pão de Açúcar (SA:PCAR4), Carrefour (SA:SA:CRFB3), Lojas Americanas (SA:SA:LAME4), Via Varejo (SA:SA:VVAR3) e outras do mesmo setor. Tendem a sofrer mais quando o IPCA está além da meta de inflação ou tendem a performar melhor quando ele está mais folgado ou até na meta mesmo (lembrando que o IPCA jamais vai ser o “driver” principal para performance de uma companhia).
Além de títulos atrelados ao IPCA como NTN’s ou títulos que pagam IPCA+Prêmio, se ajustam de acordo com as nuances do índice.
ONDE ENCONTRO ESSES DADOS?
Os dados referentes ao IPCA podem ser encontrados no site do IBGE que é o órgão que divulga ele a cada 30 dias. Vale ressaltar que dentro do IBGE existe uma infinidade de indicadores e índices de extrema importância para o investidor (e até para o cidadão!). Sem mais delongas, seguem os links:
Além do site do IBGE, o investing.com também divulga.
Era isso, valeu!
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