Claro que o que aconteceu com a, outrora poderosa, BRF (SA:BRFS3) é bastante esclarecedor da forma que funciona o mercado financeiro.
É interessantíssimo entender como as expectativas fora da realidade se tornaram consenso de mercado. Uma rápida busca nos jornais e revistas deixará claro o consenso da época.
O maior investidor de todos os tempos, Warren E. Buffett, comenta que o mercado, no curto prazo, é um concurso de beleza.
E o Valor comenta, hoje, como a Tarpon (SA:TRPN3) vem recebendo resgates de seus fundos e sendo obrigada a liquidar posições na companhia.
E BRF tinha mesmo tudo para ser uma das mais belas.
Quando a Tarpon assumiu o controle e encheu a gestão da companhia de estrelas (incluindo o controverso Abílio Diniz), a certeza de bons frutos do mercado a transformou em “quality”.
A companhia seria completamente modificada. Sua produção teria foco na demanda e ela se transformaria em uma empresa de bens de consumo como a Unilever (LON:ULVR) ou a Nestle.
A gestão prometeu metas de margem Ebitda que foram rapidamente inseridas nas planilhas do sellside. Nada poderia dar errado.
E tudo deu. O mercado internacional nunca conseguiu puxar os resultados, com o Brasil afundando, o milho impactou muito mais que deveria, entre outros problemas.
Mesmo caindo de mais de 70 reais para os atuais 22 reais (-70 por cento), as ações continuam caras.
BRF negocia a mais de 16x Ebitda, 2x patrimônio, com dívida líquida elevadíssima e dado prejuízo. A nova gestão da companhia é ótima mas, aos preços atuais, já pagamos por seu sucesso.
No Investidor de Valor, ficamos longe das ações de BRF.
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