Uma das mais relevantes notícias internacionais do mês de junho foi a realização do referendo no Reino Unido com o objetivo de avaliar a saída dos países da União Europeia.
No dia 23/06 a maioria (51,09%) da população britânica votou a favor do movimento popularmente conhecido como Brexit (Britain + Exit). Por pouco mais de 1,2 milhões de votos, os habitantes dos países que compõem o Reino Unido assistiram o primeiro capítulo do que será um longo processo político de separação.
O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, anunciou na manhã seguinte à apuração que deixará a cadeira do parlamento nos próximos meses. Por ser adepto à permanência no bloco, o primeiro-ministro se vê em uma posição incoerente visto o rumo que a Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e o País de Gales seguirão em um futuro próximo.
Não é surpresa que o acontecimento geraria grande alvoroço nas bolsas mundiais e o resultado foi exatamente esse. O pregão logo após a vitória do grupo a favor do Brexit foi marcado por uma grande onda de aversão ao risco. A expressiva força vendedora sobre importantes ativos europeus resultou em um recuo geral das principais bolsas do continente, como a bolsa de Londres (-4,7%), Paris (-8,03%), Frankfurt (-6,66%), Madri (-10,62%), Lisboa (-7,05%) e Milão (-9,84%). Não foram apenas as bolsas europeias que recuaram, Dow Jones registou queda de 1,5% e a nossa Bovespa, de mais de 3%.
Algumas das instituições britânicas que sentiram essa força diretamente em seus papeis foram a Barclays (LON:BARC), Lloyds Bank e Royal Bank of Scotland, alcançando perdas de aproximados 25%. Foi marcado uma perda de um valor de 120 bilhões de libras nos primeiros minutos do pregão do dia 24/06.
Naquela sexta-feira, a Libra alcançou patamares de baixa que não eram vistos em 30 anos. Na mesma manhã, a libra era negociada a US$ 1,3815. A moeda do bloco europeu também enfrentou desvalorização internacional, sendo negociada à US$ 1,1096. Um dos poucos câmbios que apresentou valorização foi o iene, uma vez que é considerado uma moeda segura e é fortemente negociado em momentos de incerteza.
Após o choque inicial da onda Brexit, o continente europeu passou por certos ajustes mercadológicos. As principais bolsas apontam para dias de recuperação das fortes perdas registradas desde a consolidação do referendo. A desvalorização frente a decisão do Reino Unido foi responsável por uma grande procura, por parte dos investidores, por negócios à bons preços.
No início da semana as bolsas responderam à essa tendência compradora e apresentaram índices positivos. A libra, inclusive, interrompeu o ciclo de desvalorização, após acumular as grandes perdas que sofreu nos últimos dias.
Agora basta acompanhar de perto as notícias a respeito do Reino Unido e de seu futuro, para entender como todo esse processo pode impactar a economia global.