Brasil Precisa Fazer a Lição de Casa.

Publicado 06.02.2013, 16:30
Atualizado 09.07.2023, 07:32
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A economia mundial está mais calma, dando a impressão que o pior já ficou pra trás. Temos ainda em pauta o problema fiscal dos EUA e a reforma estrutural na Europa que, ao que tudo indica, estão sendo encaminhadas de ‘acordo com a cartilha’. O lado ruim nisso é que, mais uma vez, o futuro está nas mãos dos políticos que nem sempre tomam as decisões que o mercado espera.

Se lá fora as coisas estão mais calmas, o mesmo não se pode dizer sobre o Brasil. Estamos vivendo um verdadeiro desarranjo dos fundamentos econômicos, inclusive com características contraditórias: aumento da inflação, estagnação/retração da atividade econômica, níveis baixíssimos de desemprego e consumo aquecido.

O desemprego reduzido leva a aumentos salariais que, no caso, tem superado em muito o crescimento da produtividade. Isto pode ser muito bem percebido no setor de serviços, cujos índices de inflação tem rodado na casa dos 9% ao ano.

E desta vez não dá para culpar a crise internacional, o problema esta dentro de casa! A queda forte dos juros, a desvalorização cambial e os estímulos ao consumo não foram compensados com o devido aperto nos gastos públicas. No governo Dilma, o Banco Central recebeu a ordem de derrubar os juros para os 7,25% mas deixou claro no Relatório de Inflação e nas Atas do Copom que, entre as condições necessárias para entregar a inflação na meta, estavam à obtenção do superávit de 3,1% do PIB (cerca de R$ 140 bilhões em 2012, que é a sobra de arrecadação destinada ao pagamento da dívida) e o reajuste zero nos preços dos combustíveis. O Banco Central fez sua parte no acordo, mas o Ministério da Fazenda não conseguiu cumprir o combinado (apesar de uma absurda manobra contábil no fim do ano, que minou ainda mais a confiança dos estrangeiros).

O resultado disso tudo é uma grande desconfiança dos investidores e analistas quanto ao crescimento econômico. O gestor de um dos fundos mais ‘badalados’ do mercado, Luís Stuhlberger, já diminuiu drasticamente a exposição em ações brasileiras no fundo Verde, sinalizando inclusive com a possibilidade de zerá-la.

Por outro lado, isto não quer dizer que não existam possibilidades de investimento. Como já temos falado a algum tempo elas estão exigindo apenas mais aprimoramento e cuidado por parte dos investidores com suas carteiras. Prova disso foi o excelente desempenho dos fundos multimercados no mês de janeiro (por terem liberdade de gestão, esses fundos buscam ganhos independente do cenário), sendo que o Índice que mede o desempenho dessa categoria (IFMM) acumulou alta de 1,01% no mês, o que corresponde a 171% do CDI. Outra modalidade de investimento que teve rentabilidade expressiva foram os fundos imobiliários – o Índice que mede o desempenho da categoria (IFIX) teve alta de 2,54%, ou 431% do CDI. No campo negativo ficaram dólar, ouro e o Ibovespa. Confira abaixo a rentabilidade dos principais investimentos no mês de janeiro:

Alexandre Amorim é Analista de Investimentos CNPI, Consultor de Valores Mobiliários credenciado pela CVM e sócio da Par Mais Planejamento Financeiro.

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