Depois do avanço registrado em junho do volume de serviços no Brasil, em 0,7%, o setor acumula ganhos de 8,8% na comparação ao mesmo período do ano anterior e começa a mostrar sinais de estabilização, sendo esta dinâmica positiva ficando em linha com a resiliência do mercado de trabalho brasileiro nos últimos meses, o qual deverá seguir a mesma tendência de estabilização.
Neste contexto, o setor de serviços, que corresponde pela maior parte da atividade econômica do país, levará o PIB a registrar avanço próximo de 0,8% no segundo trimestre de 2022 frente ao primeiro trimestre do ano, o que contribui para a expectativa de crescimento da atividade econômica brasileira em 2,2% para este ano levando um carrego positivo para 2023.
Inflação x Selic
Ainda no cenário positivo para 2022, a atual redução de impostos em itens importantes da cesta do consumidor brasileiro e o cenário internacional favorecendo a queda do preço das commodities, tem levado à consecutivas revisões para baixo do IPCA pelo mercado. O último Focus registrou uma expectativa de 7,11% ante 7,67% vistos um mês antes
Entretanto, o cenário acima continua sendo observado, o qual, na minha visão, já leva para uma previsão de IPCA abaixo dos 7% até o fim de 2022.
Assim, diante do processo de desinflação no país, o mercado majoritariamente já tem como dado o fim do ciclo da alta da Selic em 13,75%. Apesar do comunicado do comitê de política monetária um pouco confuso, o fato foi elucidado pela Ata do Copom e aceito pelo mercado de DI.
E os investimentos
Sem dúvida, o mercado de renda fixa continuará nos holofotes no curto e médio prazo, com oportunidades no quesito risco x retorno atraentes, seja no mercado de dívida privado e, especialmente, para os títulos públicos.
Na renda variável, o cenário internacional acena por cautela dos investidores, com grandes economias na escalada dos juros, levando para expectativas de menor crescimento das mesmas e consequentemente por menor atratividade de investimento.
Porém, na contramão do mundo, a estabilidade da Selic por aqui traz uma luz para o início de corte dos juros, ainda que no próximo ano, mas que poderá antecipar a expectativa de crescimento dos setores cíclicos e consequentemente aumentar o apetite pelo risco por aqui.
Dessa forma, diante o cenário econômico, seus objetivos de investimento ao longo dos próximos anos e o conhecimento do seu perfil de risco, atualmente uma carteira que considero conservadora poderá seguir uma composição de ativos de renda fixa como os títulos públicos de médio e longo prazos pós-fixados em IPCA assim como aqueles pré-fixados, que já começaram a deixar os investidores financeiramente felizes nas últimas semanas.