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Brasil Perde “Tração” para Recuperação Econômica e é Vitimado pelo Risco Fiscal!

Publicado 28.08.2020, 07:00
IBOV
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A agência Moody´s afirmou ontem que a incerteza sobre o teto de gastos pode minar a recuperação econômica do Brasil, mas isto é pouco porque afinal, qual é a estratégia planejada pelo governo para atingir este objetivo, qual seja a recuperação?

Por enquanto, parece que há recuperação, mas a força motriz advém dos recursos generosos que o governo vem injetando fomentando o poder aquisitivo da população carente, e, então é só isto por enquanto, dai toda a conturbação interna que confronta o Ministro da Economia com os propósitos do Presidente, pois se este fluxo de renda for interrompido, as expectativas construídas a partir dos efeitos do mesmo na economia serão interrompidas.

Como mencionamos dias atrás “o país vai indo”, mas não há sustentabilidade nos indicadores recentes que podem ser enganosos, visto que a economia, exceto o agronegócio, está estagnada quando se neutraliza nas análises os efeitos da renda oriunda dos programas sociais para uma percepção mais assertiva.

O mercado financeiro gera indicadores e os coloca no Boletim Focus como mediana, mas não expressa a visão crítica dos fatores que fundamentam efetivamente aquelas expectativas, por isso demonstra-se mais do que preocupado com o “status quo” da situação fiscal do país, efetivamente “assustado”, pois o retrocesso além de ser estagnante para projeções em perspectiva, inquestionavelmente coloca presente inúmeros riscos para o país, dentre os quais o retorno da inflação e o desmanche da teoria do “câmbio alto juro baixo” para impulsionar o desenvolvimento, que vinham sendo subestimados.

Então, o otimismo pouco sustentável presente se fragiliza, as tendências desaparecem e há um hiato neutralizante, um certo ceticismo, a respeito das perspectivas, até que se torne possível conhecer o momento imediato que pode trazer quais as decisões de governo para solução desta complexa equação.

Sabidamente, o “cobertor é curtíssimo” e não há muitas saídas para concessões sem rompimento do teto, salvo se houver contingenciamento de outros benefícios presentes, é tirar de um bolso e passar para outro, mas não será possível evitar que não existam prejudicados.

O país está “percebendo”, “enxergando”, o que até a pouco fazia vistas grossas ao observar detidamente o comportamento das outras economias, desfocando o seu efetivo problema que agora aflora.

Entendemos que não há razões técnicas para o dólar afastar-se do parâmetro entre R$ 5,00 a R$ 5,50, já considerado alto, pois não há no horizonte indicativo de pressão de demanda, o saldo em transações correntes está em recuperação, e nem de oferta visto que o país continua e deve continuar não atraindo os investidores estrangeiros.

Um ou outro momento de “stress” passageiro, o país tem na realidade tranquilidade na questão cambial que advém das reservas cambiais e de um mercado de derivativo sobejamente sofisticado.

Contudo, há que se observar com maior acuidade o desempenho da Bovespa que, repercutindo o “status quo” da economia ancorada em recursos fluindo do governo e que tendem a ser reduzidos, não deve passar incólume a perda de dinamismo compatibilizando-se a realidade efetiva e não a forjada por otimismo de conveniência.

O país está precisando de algo mais pragmático, mais realista e com foco e que estejam ancorados em fundamentos e não somente em anseios.

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