No início de janeiro o USDA atualizou as projeções para o cenário global de produção e comércio de carnes bovina, suína e de frango. Trouxemos aqui alguns números relevantes para a pecuária brasileira em 2024.
Segundo o USDA, o comércio global de carne bovina deve aumentar em 1,3%, passando de 11,9 milhões de toneladas equivalente carcaça (tec.) para 12,1 milhões. Na composição das 154 mil tec. de aumento entre 2023 e 2024, o Brasil deve participar com incremento de 77 mil tec. (+2,7%), atrás apenas da Austrália, com 115 mil tec. (+7,3%).
Os Estados Unidos devem reduzir em 7,6% as exportações de carne bovina, o que equivale a 104 mil tec. a menos, com a segunda queda consecutiva. Paralelamente, as importações do país devem aumentar 1,7% em 2024, após um salto estimado em 9,4% em 2023.
Por falar em importações, nosso maior cliente deve seguir forte nas compras. A expectativa é de recuo de 0,7% nas compras chinesas, mas ainda o segundo maior volume já comprado, atrás apenas do recorde de 2023. A título de comparação, apenas as 28 mil tec. que os EUA devem comprar a mais em 2024 já superam a acomodação das compras chinesas, que devem diminuir apenas 25 mil tec.
Para a carne de frango, é projetado crescimento de 3,2% para as vendas brasileiras, após o salto de 7,3% em 2023, usando números do USDA. O Brasil deve seguir como maior exportador, com 35,4% das vendas globais, que devem aumentar 2,5% em 2024.
Os Estados Unidos, que ficam com a segunda posição no comércio global, devem vender 0,2% mais em 2024.
Para a carne suína, as expectativas são de que as vendas brasileiras aumentem 6,1%, mais que o crescimento do comércio global, estimado em 1,8% para 2024. Neste mercado, os Estados Unidos devem assumir a liderança, tomando o posto da União Europeia.
O Brasil deve representar 14,7% do comércio global, frente a 14,1% em 2023.
A figura 1 resume as projeções de aumento das exportações brasileiras e das exportações globais para 2024.
Figura 1
Projeção de aumento das exportações brasileiras e do comércio global de carnes em 2024.
Fonte: USDA / Elaboração: HN AGRO
Perceba que nosso crescimento será maior que o geral em todas as carnes, ou seja, o Brasil segue ganhando market share em um comércio global crescente.
Com a perspectiva de boas vendas para aves e suínos, as atenções se voltam aos custos dessas proteínas, que vão modular a resposta da oferta e, consequentemente os preços.