Brasil – Doente Mas Não Terminal
Em economia (e não sou economista), tudo pode parecer linear e racional, mas não é. A base fundamental vem em qualquer cartilha, não é preciso ser um especialista para constatar o óbvio.
Temos um país com descontrole das contas públicas, é um fato.
A dívida pública está muito elevada, é um fato.
Temos um país com crescimento negativo, nunca gostei muito desta expressão, mas é um fato.
O desemprego está aumentando, é um fato.
A inflação está alta, é um fato.
A taxa de juros está alta, é um fato.
O rendimento disponível está diminuindo, é um fato.
A incerteza politica e econômica é um fato.
O real está sob pressão, é um fato.
As agências de classificação pressionam com a possibilidade de classificação do Brasil de LIXO, é um fato.
Há tantos outros fatos tão evidentes que nem precisam ser descritos. Bastam estes para caracterizar a situação econômica do Brasil, isto também é um fato.
A economia está doente, o Brasil está doente, mas não está seguramente em fase terminal como muitos tentam apregoar, os apologistas do caos, o que temos é que encontrar o remédio certo, e isso não é difícil, o difícil é fazer com o que o doente tome a sua medicação.
Ninguém pense que mesmo que o remédio comece a ser administrado a cura será rápida, vai levar o seu tempo, mas quanto mais cedo começar o tratamento melhor.
Claro que é mais fácil dizer qual é tratamento do que implementá-lo, mas é simples. Em outros países em que tiveram os mesmos problemas que o Brasil, os remédios foram os mesmos e os sinais de recuperação apareceram. Países estes muito mais endividados em temos de % do PIB que o Brasil e com descontrole maior das contas públicas.
O passo mais importante é o ajuste das contas públicas. Não se pode gastar mais do que se tem, ainda por cima com uma dívida pública já alta. Então só há dois caminhos, corte na despesa ou aumento da receita, ou ambos em simultâneo, vê como é fácil. Eu propriamente sou mais favorável ao corte na despesa mas não posso descartar o aumento de impostos.
O controle da inflação, a inflação alta corrói uma nação, corrói o rendimento disponível, empobrece o povo.
Criação de um clima de confiança, este é talvez dos mais fáceis de dizer, pois é consequência principalmente dos outros dois anteriores, dentre outros.
Os problemas e os remédios estão facilmente identificados, o que falta mesmo é uma estratégia bem definida, sustentada, equilibrada, crível e apoiada politicamente (esta é a parte difícil), só isso, a saída da crise (a cura) por mais demorada que possa ser resume-se praticamente a essas três ações, pelo menos são as que tem maior impacto.
O Brasil está doente, mas de maneira nenhuma em fase terminal, tem de haver é vontade politica para mudar o rumo, Seja com Levy, Meirelles, Tiririca ou outro qualquer, isto não se resume a uma pessoa, seria redutor demais.
Esperemos que o bom senso e o supremo interesse na nação impere, qua a azia política possa ser atenuada, e que um plano estratégico possa ser delineado, não com medidas avulsas, mas medidas concretas, reformistas e duradouras para que país cresça nos próximos anos, sem grandes sobressaltos para bem de todos.