O Bradesco (SA:BBDC4) e Itaú (SA:ITUB4) em topos históricos, novamente, após 18 meses do maior terremoto financeiro pelo qual o Brasil passou nos últimos 90 anos, desde a Crise de 1929.
Sim, porque no final de 2014, com o país já rateando, Bradesco e Itaú mais o Banco do Brasil (SA:BBAS3) haviam feito um outro topo histórico.
Nada é mais "non-sense" do que o Bull-Market do setor bancário no Brasil. O Governo "Socialista" do PT levou o setor bancário para lucros nunca antes vistos na história desse país.
Quem irá detê-los? Pela perspectiva de 90 entre 100 analistas, nada. Absolutamente nada. Eles irão lucrar e lucrar e lucrar cada vez mais. É só cair a SELIC que lá virão bilhões a mais de lucros.
Em pelo menos 2,3 artigos recentes meus, aprofundei alguns números que mostram reversões claras em pontos-chaves do sistema bancário; crédito e questões relacionadas a disparada do calote, seja pelas vias tradicionais ou recuperações judiciais, os 2 principais.
Cá estamos. Outubro de 2016 e novos topos históricos para os 2 maiores bancos do sistema bancário, Bradesco e Itaú.
Não é todo mundo que pensa de forma otimista. A agência de classificação de risco Fitch, por exemplo, pensa muito, mas muito diferente dos outros 90 entre 100 analistas.
Em matéria recente da Revista EXAME, de 28-09-2016, temos o seguinte texto:
"São Paulo - A perspectiva da agência de classificação de risco Fitch Ratings para o setor bancário no Brasil é negativa, de acordo com Cláudio Galina, responsável por instituições financeiras no Brasil da Fitch Ratings. Essa visão se arrasta, conforme ele, desde dezembro de 2013 e tem como pano de fundo o encarecimento do custo operacional por conta do aumento da inflação, mas também do financeiro em meio à elevação dos juros e o impacto na inadimplência e nas provisões para devedores duvidosos. A visão para o setor brasileiro continua negativa e para mudar depende de uma agenda macro mais forte. São necessários fundamentos mais claros", avaliou Raphael Nascimento, analista da Fitch, em evento da agência sobre instituições financeiras. Nascimento lembrou ainda que o cenário atual no Brasil levou ao aumento de renegociações e reestruturações de dívidas que bateram recorde, levantando uma discussão se isso mascara ou não o endividamento e a qualidade de ativos dos bancos."
Não é preciso muito esclarecimento. Mais claro, impossível.
Os 10% podem estar errados? Claro que sim. Pode ser que os 90% estejam certos mesmo.
Enquanto isso, vamos nos ater aos gráficos. O que eles podem nos oferecer? Alguma chance de estarmos finalmente na direção dos 74.000.dos 100.000 pontos. Ou mesmo dos 200.000 do Bovespa, com Bancos escalando patamares de lucros na estratosfera das dezenas de bilhões, centenas de bilhões, e Petrobrás e VALE na casa dos 50 novamente? Ou ainda teremos alguns percalços?
Vamos primeiro ao Gráfico do Bovespa em "reais". Uma Longa LTB que vem lá dos 73.000 pontos rompida. Por essa visão acabou o BEAR-MARKET. Dificilmente voltaremos aos 42.000, muito menos aos 37.000
Bovespa, semanal, escala logarítmica
Agora, vamos ver o índice "EWZ", o "Bovespa operado pelos estrangeiros”. Período 10 anos.
Uma grande LTB ainda não tocada. Mas próxima. Uma MA200, no tempo SEMANAL muito próxima e que serviu de baliza no último grande rali
EWZ, SEMANAL, Escala logarítmica
Por fim, vamos a um gráfico plotado por mim a partir de dados fornecidos pela própria Bovespa.
São raras as plataformas que dispõem desses dados, isto é, que trazem o Bovespa para 1971, 35 anos atrás. Aqui, eu simplesmente plotei os dados em dólar que a própria Bovespa fornece na linha de "máximas e mínimas" de cada ano, desde 1971, e os transformei numa escala logarítmica.
Vamos ao Bovespa em dólar, período 35 anos, escala logarítmica, base 10
Eu já mostrei em outros artigos que a maior correção do Bovespa foi no BEAR-MARKET de 1986-1991.nesse caso, o Bovespa perdeu 90% desde o topo. Em todos os outros, o Bovespa perdeu cerca de 80%. O atual, se considerarmos o fundo do início do ano, bateu cerca de 80% também.
Olhemos para o mais longo BEAR-MARKET brasileiro, marcado acima num retângulo vermelho. O de 1971-1983. Reparem que uma LTB Longa balizou o índice até praticamente o ano de 1983.
Vamos trazer o gráfico para os últimos 7-8 anos. Tanto em escala linear, como logarítmica. A visualização da escala logarítmica fica um pouco mais prejudicada, dados os fechamentos mensais.
Vejam que a faixa de 20.000-20.500 em dólar, é tanto uma faixa importante, como por onde passa uma LTB longa. Com o dólar mantido na faixa de 3,20, isso significa um Bovespa entre 63.500 e 65.000.
Vamos ao Bovespa em dólar, período 15 anos, escala LINEAR, base 10
Vamos ao Bovespa em dólar, período 7 anos, escala LOGARÍTMICA, base 10
Por enquanto, do ponto de vista fundamentalista, temos muito, mas muito mais perguntas e dúvidas do que certezas.
Por que Siderúrgicas, mineradoras e Petrobrás "mereceram" perder insanos 90% de seu valor?
Por que a sociedade brasileira "não mereceu" ser atingida pelo maior terremoto econômico-financeiro desde a Crise de 1929, com gigantesca perda de poder aquisitivo, quebras e falências?
Por que o setor bancário, apesar de tudo isso, continua em seu inesgotável, interminável e insaciável Bull-Market, quando tudo a seu redor permanece desarrumado, embora "carregado" por indicações de "Compra" por 90 entre 100 analistas?
Do ponto de vista gráfico, vamos aos 20.000 em dólar ou caminharemos "direto" para os 200.000 pontos?