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Bolsonaro Negacionista "Sob Pressão"

Publicado 22.03.2021, 08:51
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No seu aniversário ontem (66 anos), dia 21/03, o presidente agiu de forma açodada, provocando seus “seguidores”, diante da necessidade de lockdown e na pressão por mais vacinas. Falou que o seu Exercito não ia para as ruas, impedir as pessoas de trabalhar, ameaçou com “Estado de Sítio”, defendeu a “liberdade”, falou que estavam a “esticar a corda” e disse que só “sairia do Planalto se Deus me tirasse daqui”.

Em reação, a sociedade organizada segue se mobilizando. Foi publicada uma “Carta dos Economistas”, incluindo vários representantes do mercado financeiro. São gerais as críticas à conduta do presidente no enfrentamento da pandemia. O cerco vai se fechando.

Na carta, assinada por figuras expoentes do mercado e do meio acadêmico, como Persio Arida, Affonso Celso Pastore, Gustavo Loyola, Pedro Malan, Armínio Fraga, entre outros, o diagnostico é um só: o enfrentamento da pandemia precisa de seriedade e menos bravatas, não havendo condições de retomada da economia, enquanto não se estabelecer o equilíbrio, e não se acabar com este papo de tratamento preventivo, cloroquina, entre outros. As alternativas são simples e já bem definidas: isolamento social, uso de máscaras e claro, vacinação em massa. Não há outra escolha.

Este documento será enviado aos líderes dos três poderes, pelo Judiciário, o presidente do STF, Luiz Fux, pelo Legislativo, Artur Lira, e pelo Executivo, quem mais tem atrapalhado nesta caminhada, Jair Messias Bolsonaro. No Parlamento, líderes se preocupam em buscar ajuda internacional no envio de vacinas. Só 5% da população recebeu vacinação. É muito pouco. Na rede hospitalar, o colapso é uma realidade. Hospitais apelam para que as pessoas fiquem em casa, já que faltam kit de entubação e são baixos os estoques de oxigênio.

Enquanto isso, o presidente segue no seu mundo de fanáticos e negacionistas, acusando os governadores, contra o lockdown, falando de cloroquina e outras porcarias e se isolando cada vez mais. Até a semana passada, continuávamos sem ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, visto que Bolsonaro buscava uma solução para “blindar o general Pazuello”. Parece que a posse deve sair hoje.

No “seio” do Centrão, ao que parece, nem os líderes aguentam mais tanta ignorância. Em mais um recado de Arthur Lira, o vice da Câmara, Marcelo Ramos (PL), disse, “o país sofrendo com as crises e o presidente falando em estado de sítio e promovendo confrontos que dispersam nossa energia”. Parece que a batata do presidente já está assando. E ele não tem o apoio cego das Forças Armadas.

Sobre o que acontecerá nesta semana, o Congresso deve votar o Orçamento de 2021, com a pandemia pressionando por novos gastos. Deve ser votado na CMO e entre quarta e quinta-feira no Senado. Teremos também a ata do Copom nesta terça-feira, quando os diretores do Banco Central devem esmiuçar suas leituras para a trajetória da taxa de juros, em sintonia com inflação, atividade, câmbio.

Na Turquia, a destituição do presidente do BC acabou “pesando nos mercados de moeda” dos emergentes. Dois dias depois de ter promovido um choque de alta de 2 pontos percentuais no juro, para 19%, acabou demitido do cargo pelo presidente Erdogan. Em reação imediata, a lira turca desabou contra o dólar. A queda livre levantou o receio de que este movimento na Turquia possa atingir o câmbio de outros emergentes, principalmente do Brasil, no foco de atenção, depois do Copom mais agressivo do que o esperado.

Um fato a mais foi a decisão nos EUA do Fed de não renovar a regra sobre reservas dos bancos. Com isso, eleva-se em US$ 2 trilhões o excesso de reservas e reduz a demanda bancária por Treasuries. Isso deve pressionar ainda mais o rendimento da Note-10 anos, já em 1,722%, de 1,716%. Crescem as desconfianças se o Fed terá capacidade de manter o juro próximo a zero até o fim de 2023.

Com esta medida, os bancos perderão a autorização temporária para excluir Treasuries e depósitos mantidos no Fed do cálculo do chamado “índice de alavancagem suplementar dos credores (SLR, na sigla em inglês)” das instituições financeiras.

Agenda Semanal

Na semana, destaquemos a ata do Copom, o Relatório Trimestral de Inflação e o IPCA-15 de março, estes na 5ª feira, a primeira na 3ª feira. Nossa curiosidade aqui é saber aqui se o Banco Central deve ser mais agressivo na próxima reunião do Copom, em maio. Estejamos atentos também para a pesquisa Focus desta semana. À tarde (14h30), sai a arrecadação federal de fevereiro. A prévia do IPC-S sai amanhã e do IPC-Fipe, na 5ªfeira.Teremos ainda a Nota à Imprensa do Setor Externo (fev) na 6ª feira, quando a Aneel define a bandeira tarifária (abril). O relatório da dívida pública (fev) sai na 4ª feira e o CMN se reúne na 5ª feira.

Agenda de balanços - Embraer (SA:EMBR3), JBS (SA:JBSS3), Hermes Pardini (SA:PARD3) e Equatorial (SA:EQTL3) vêm na 4ªF. Na 5ªF, é a vez de Bradespar (SA:BRAP4), Banco BMG (SA:BMGB4), Sabesp (SA:SBSP3) e CPFL Energia (SA:CPFE3). Hoje, após o fechamento, tem Marisa. Na 6ªF: Ser Educacional (SA:SEER3) e PDG (SA:PDGR3).

Comportamento dos ativos

Descolado da cautela em NY, o Ibovespa encontrou fôlego no noticiário das vacinas, com a chegada de um milhão de doses do Covax e assinatura dos contratos com Pfizer e Janssen para 138 milhões de doses. Fechou NA 6ª feira em alta de 1,21%, recuperando os 116 mil pontos (116.221,58), com volume de R$ 43,3 bilhões. Neste mesmo dia, o ajuste do petróleo, após o tombo de 7% da véspera, beneficiou Petrobras (SA:PETR4) (PN, +3,27%, a R$ 24,00, e ON, +2,39%, a R$ 23,52). O Brent de maio subiu 1,98%, a US$ 64,53, e o WTI ganhou 2,30% (US$ 61,44). No câmbio, o dólar caiu abaixo de R$ 5,50, em 1,51%, a R$ 5,4853.

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