“A inflação do atacado hoje é a do varejo amanhã”, assim terminamos nosso relatório ontem, antes da divulgação do PPI nos EUA, o qual projetava uma inflação de 0,2% e acabou por registrar -0,5%, abaixo do piso das expectativas.
A redução de ímpeto da inflação segue as premissas que citamos constantemente aqui, como a redução do impacto de preços industriais, em meio à política mista na China de manutenção da manufatura e das exportações, mesmo com a política de COVID Zero ainda em andamento, praticamente encerrando o choque de oferta.
O outro ponto de atenção, a invasão russa à Ucrânia deixou de “criar manchete” de forma generalizada e como a Rússia, apesar das restrições, não deixou de exportar seu petróleo e abriu um escoamento dos grãos ucranianos, os preços afetados pelo evento já se encontram em níveis pré-guerra.
Neste ponto, restou a questão do gás para a Europa, mas aparentemente, pela falta de opção, nações do continente têm discretamente negociado com os russos e mantido o fluxo intacto, especialmente com a chegada do fim do ano e a natural queda das temperaturas.
Portanto, a contração observada no curto prazo nos índices inflacionários basicamente foram a perda dos catalisadores de março deste ano e permitem que os formuladores de política monetária revejam suas posições em breve, ainda que o ciclo global de aperto, diferente do brasileiro, deva ganhar algum ímpeto, como na elevação do México de 7,75% para 8,50% aa.
Por outro lado, a retirada de estímulos continua necessária e a percepção de recessão, como observada no Reino Unido hoje, pode levar à esta opção, em detrimento a novos apertos em países desenvolvidos.
Ainda que em queda, o PIB britânico superou as expectativas com queda mensal de -0,6% e trimestral de -0,1%, ambos pela metade do projetado, com o PIB anual em 2,9% e queda de -1,4% na construção, ante projetado de -2%, sendo o setor um sustentáculo da economia britânica no último ano.
Localmente, a redução do preço do diesel é mais um reforço na expectativa de manutenção de juros por parte do COPOM, após o Bacen se adiantar no processo de aperto monetário comparativamente a outros países no mundo.
A semana termina com dados de preços de importados e exportados nos EUA.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, à medida que investidores observam dados econômicos e trajetórias de política monetária.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com alta no Nikkei superando 2% na sessão, no retorno do feriado.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque ao minério de ferro e paládio.
O petróleo sobe em Londres e cai em Nova York, a caminho de ganhos semanais à medida que os temores de recessão diminuem.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,40%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1566 / 1,26 %
Euro / Dólar : US$ 1,03 / -0,204%
Dólar / Yen : ¥ 133,55 / 0,338%
Libra / Dólar : US$ 1,21 / -0,459%
Dólar Fut. (1 m) : 5189,00 / 1,42 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,66 % aa (-0,57%)
DI - Janeiro 24: 12,95 % aa (0,15%)
DI - Janeiro 26: 11,76 % aa (0,73%)
DI - Janeiro 27: 11,79 % aa (0,64%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,4697% / 109.718 pontos
Dow Jones: 0,0815% / 33.337 pontos
Nasdaq: -0,5826% / 12.780 pontos
Nikkei: 2,62% / 28.547 pontos
Hang Seng: 0,46% / 20.176 pontos
ASX 200: -0,54% / 7.033 pontos
ABERTURA
DAX: 0,505% / 13763,62 pontos
CAC 40: 0,263% / 6561,86 pontos
FTSE: 0,378% / 7494,12 pontos
Ibov. Fut.: -0,44% / 110112,00 pontos
S&P Fut.: 0,43% / 4227,75 pontos
Nasdaq Fut.: 0,603% / 13375,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,59% / 122,91 ptos
Petróleo WTI: 0,01% / $94,35
Petróleo Brent: 0,31% / $99,91
Ouro: -0,13% / $1.787,91
Minério de Ferro: -2,34% / $109,65
Soja: -1,58% / $1.682,50
Milho: 0,28% / $629,50
Café: -0,49% / $222,25
Açúcar: -0,38% / $18,42