BOI: Os preços do boi gordo subiram em setembro pelo terceiro mês consecutivo. No acumulado do mês, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa registrou alta de 3,41%, fechando em R$ 151,80 – em agosto, o aumento foi de 3,6% e em julho, de 1,65%. A sustentação veio da baixa oferta de boi gordo pronto para o abate neste período de entressafra e também das exportações em ritmo intenso – o volume de carne bovina embarcado em setembro foi recorde.
A média parcial do Indicador do boi em setembro foi de R$ 149,68, sendo 3,36% superior à do mês anterior, mas 4,33% acima da média de setembro/17 e a maior desde novembro de 2016, em termos nominais. Já em termos reais, ou seja, considerando-se a inflação, a média de setembro deste ano ficou 3,75% inferior à do mesmo mês de 2017 (valores foram deflacionados pelo IGP-DI).
CARNE: A valorização do boi gordo vem se refletindo no mercado de carnes. Em setembro, a média da carcaça casada do boi foi de R$ 10,06/kg, está 4,5% acima da de agosto/18 e 1,82% maior que a de setembro/17, em termos nominais. Em termos reais, a média de setembro fica 6,06% inferior à do mesmo mês de 2017.
EXPORTAÇÕES: O volume de carne bovina in natura embarcada pelo Brasil atingiu novo recorde em setembro, somando 150,66 mil toneladas, 4,3% superior ao de agosto/18 e 34,6% acima do de setembro/17, segundo dados da Secex. A forte valorização do dólar, que torna a carne brasileira mais competitiva no mercado externo, e a crescente demanda da Ásia, especialmente de Hong Kong e China, ajudam a explicar o bom desempenho das vendas externas.
Em setembro, a moeda norte-americana teve média de R$ 4,11, o maior patamar desde o início do plano Real. O valor médio pago pela tonelada da carne brasileira foi de US$ 3.952,2 em setembro, o menor em 2018, sendo 3,2% inferior ao de agosto e 6,16% abaixo do de setembro/17, ainda de acordo com a Secex. Já em moeda nacional, a tonelada foi exportada a R$ 16.243,54 em setembro, 1,22% acima do mês anterior e 22,82% a mais que em setembro/17. O dólar e o volume embarcado em patamares recordes resultaram em receita em moeda nacional também recorde. Segundo dados da Secex, exportadores brasileiros receberam R$ 2,445 bilhões em setembro, 5,6% a mais que em agosto e expressivos 65,3% acima de setembro/17.
ABATE – O percentual de abate de novilhas frente ao total abatido no Brasil foi recorde no primeiro semestre deste ano. Esse número evidencia que a pecuária nacional vem registrando maior eficiência produtiva, resultado, dentre outros fatores, do uso de tecnologia no campo, como inseminação em novilhas mais jovens, e do menor intervalo entre partos. E todo esse contexto permitiu que outras novilhas, ao invés de se tornarem reprodutoras, fossem enviadas para o abate, no intuito de atender à demanda por esse tipo de carne – que, muitas vezes, paga o mesmo valor da carne do boi gordo.
Segundo dados divulgados pelo IBGE, analisando-se a série histórica desde 1997, o abate de novilhas no acumulado de janeiro a junho deste ano representou 10,96% do total de animais (machos e fêmeas), um recorde para o período. Até então, o primeiro semestre de 2014 registrava o maior percentual de novilhas no abate total, de 10,32%. Somente nestes dois anos (2014 e 2018), inclusive, que a porcentagem de abate de novilhas em relação ao total ultrapassou os dois dígitos. Em termos absolutos, foram abatidas, de janeiro a junho deste ano, 1,692 milhão de novilhas, enquanto que, em 2014, esse número foi de 1,746 milhão.