Os preços do boi gordo seguem enfraquecidos no mercado doméstico nestes primeiros dias de dezembro, influenciados pela pressão de compradores, já que a oferta de novos lotes de animais para abate segue baixa. Entre 25 de novembro e 2 de dezembro, o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 (estado de São Paulo, à vista) recuou 1,4%, fechando a R$ 274,30 nessa quarta-feira, 2. Já quanto às exportações de carne bovina in natura, depois de registrarem pequeno recuo de setembro para outubro, voltaram a crescer em novembro, somando 167,7 mil toneladas, conforme dados da Secex. Esse cenário, atrelado ao dólar em patamar elevado, resultou em receita em moeda nacional recorde, acima de R$ 4 bilhões, segundo dados da Secex.
SUÍNOS: EXPORTAÇÕES SEGUEM AUMENTANDO, MAS PREÇOS RECUAM NO BRASIL
Enquanto no mercado nacional as vendas de carne suína estão lentas, o que tem resultado em quedas nos valores do setor, as exportações da proteína in natura seguem em ritmo intenso. Conforme relatório da Secex, em novembro, foram embarcadas 76,2 mil toneladas de carne suína in natura, leve recuo de 1,6% frente a outubro, mas 32,4% acima do volume de novembro de 2019. No Brasil, a menor demanda interna por carne suína, devido ao alto patamar dos preços, tem limitado a liquidez e pressionado os valores. Agentes do setor consultados pelo Cepea relatam que, diante da menor procura por parte do atacado, frigoríficos reduziram o ritmo de compra de novos lotes de animais para abate. Suinocultores, por sua vez, temendo quedas mais intensas nos preços nas próximas semanas, têm elevado a oferta de animais. No mercado da carne, as cotações da carcaça e dos principais cortes suínos têm registrado quedas menos intensas. Frigoríficos, principalmente aqueles voltados para a comercialização ao mercado doméstico, vinham trabalhando com margens estreitas, devido ao preço elevado do animal e, agora, evitam realizar reajustes negativos tão intensos nos valores de venda da proteína.
BANANA: DE MODO ATÍPICO, OFERTA DE BANANAS DEVE SER MENOR NESTE MÊS
A oferta de bananas deve ser menor neste mês frente ao mesmo período de anos anterior, o que não é comum para esta época do ano, quando, geralmente, o volume disponível preocupa produtores. Isso porque, como a comercialização diminui devido às férias escolares e à preferência por frutas típicas das festividades, como as de caroço, a oferta costuma aumentar, pressionando as cotações. Para a nanica, segundo agentes consultados pelo Hortifruti/Cepea, as estimativas são baseadas na estiagem nas duas maiores regiões produtoras da variedade, Vale do Ribeira (SP) e Norte de Santa Catarina, e também nos impactos do ciclone extratropical nessa última praça. A oferta, que geralmente é menor nessas regiões no segundo semestre do ano, foi ainda mais limitada em 2020 – cenário que deve se estender até fevereiro de 2021, quando o Vale do Ribeira (SP) deve voltar a fornecer maiores volumes ao mercado. No caso da prata, a onda de calor que atingiu o semiárido brasileiro (onde estão as principais regiões produtoras da variedade) de setembro a outubro antecipou a maturação dos cachos que deveriam ser colhidos apenas no fim deste ano, forçando um pico de oferta naquele período. Assim, espera-se que os preços de ambas as variedades encerrem 2020 em bons patamares.