Os preços do boi gordo seguem firmes na maior parte das praças acompanhadas pelo Cepea. O bom desempenho das exportações brasileiras – que seguem acima das 100 mil toneladas por mês – atrelado à baixa oferta de animais prontos para abate mantêm a arroba negociada acima de R$ 200,00 no estado de São Paulo neste início de março. Nessa quarta-feira, 4, o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 fechou a R$ 202,00. Quanto aos animais para reposição (nelore, de 8 a 12 meses), as cotações também seguem em alta nas praças acompanhadas pelo Cepea. Em São Paulo, especificamente, o preço médio do bezerro atingiu R$ 1.924,66 nessa quarta-feira, 4, o maior patamar real da série histórica do Cepea, iniciada em 1994 – os valores foram deflacionados pelo IGP-DI. A média da parcial deste mês, de R$ 1.904,44, também é a maior da série, superando o recorde real anterior, de R$ 1.849,55, verificado em maio de 2015, ainda de acordo com série do Cepea.
SUÍNOS: EMBARQUES SEGUEM FIRMES; VIVO SE VALORIZA NO MERCADO DOMÉSTICO
Com o menor número de dias úteis em fevereiro, os embarques brasileiros de carne suína tiveram leve recuo (de 3,9%) frente ao exportado em janeiro. Mesmo assim, as vendas seguem registrando bom desempenho – conforme dados da Secex, no mês passado, o Brasil exportou 65,3 mil toneladas de carne suína (considerando-se in natura e industrializada), 22,6% a mais do que o embarcado em fevereiro de 2019. No geral, as exportações continuam impulsionadas pela China, que segue como o principal destino da proteína nacional – em fevereiro, o país asiático importou 31,1 mil toneladas do produto, o que representou 47,6% dos embarques brasileiros de carne suína no período. No mercado doméstico, o suíno vivo negociado no mercado independente se valorizou nos últimos dias na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. No geral, esse movimento reflete a alta nos preços dos principais insumos da atividade (milho e farelo de soja) e a menor disponibilidade de suínos em peso ideal para abate. Na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), o suíno vivo foi negociado a R$ 5,72/kg nessa quarta-feira, 4, avanço de 1,9% em relação à quarta anterior.
MAÇÃ: COM OFERTA AINDA LIMITADA, PREÇO DA FUJI É 13% SUPERIOR AO DO ANO PASSADO
Enquanto a colheita de maçã gala segue a todo vapor, a de fuji ainda vai levar algumas semanas para se intensificar. Por enquanto, alguns lotes da variedade já foram colhidos em Fraiburgo (SC), Caxias do Sul (RS) e Vacaria (RS), onde as atividades devem ganhar ritmo no fim de março; já em São Joaquim (SC), a previsão é apenas para a primeira quinzena de abril. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, a remuneração ao produtor é considerada boa, devido à oferta ainda limitada de fuji no mercado – melhores preços têm sido registrados especialmente para as frutas graúdas, uma vez que, no geral, esta safra tem apresentado mais maçãs miúdas. Nesse cenário, o preço da fuji comercializada na Ceagesp entre 24 e 28 de fevereiro foi 13% maior que o da mesma semana do ano passado – o calibre 110 Cat 1 da variedade foi vendido a R$ 107,50/cx de 18 kg. Segundo pesquisadores do Hortifruti/Cepea, neste ano, a produção de maçãs fuji deve ser inferior à da temporada passada, devido à alternância das plantas. Com isso, segundo colaboradores, o volume colhido pode ser até 10% menor. Por outro lado, espera-se que a variedade ganhe tamanho, já que, por ser mais tardia, não teve seu desenvolvimento afetado significativamente pela seca. Além disso, a expectativa é de que haja maior proporção de maçãs de categoria 1, cenário que pode resultar em boas remunerações às classificadoras, compensando a menor produção.