Depois de fechar 2018 registrando recorde nas exportações de carne bovina in natura, o setor pecuário nacional aposta, agora, em incremento nas vendas domésticas da proteína em 2019. Segundo pesquisadores do Cepea, o fundamento vem das perspectivas de retomada da economia nacional, que tende a elevar o poder de compra da população. Ressalta-se, no entanto, que o mercado internacional ainda é forte foco do setor. O Brasil vem se consolidando cada vez mais no contexto internacional – em 2018, o País embarcou o recorde de 1,353 milhão de toneladas de carne in natura, registrando faturamento de US$ 5,6 bilhões –, e isso se deve ao fato de o País conseguir ofertar elevado volume da carne e de qualidade.
SUÍNOS: MAIOR EXPORTAÇÃO E MENOR CUSTO PODEM GARANTIR RECUPERAÇÃO
As expectativas de aumento nos embarques de carne suína e de diminuição dos custos de produção indicam um possível cenário otimista para o setor neste ano, segundo agentes consultados pelo Cepea. Dados do USDA indicam que as exportações brasileiras de carne suína devem crescer 7% em 2019, com destaque para as compras da China. Em relação aos principais insumos utilizados na atividade, farelo de soja e milho, a oferta desses produtos deve aumentar, impedindo, ou ao menos limitando, fortes altas das cotações.
FRANGO: PERSPECTIVAS SÃO POSITIVAS PARA AVICULTURA EM 2019
Depois de um ano de desafios para o setor, agentes aguardam recuperação em 2019, segundo informações do Cepea. As perspectivas positivas estão baseadas nas possíveis menor pressão dos principais insumos utilizados na atividades (milho e farelo de soja) e na intensificação do escoamento da carne de frango aos mercados internacional e brasileiro. Quanto aos insumos, a Conab indica elevações na produção tanto para o milho quanto para o derivado da soja, o que pode diminuir os preços e reduzir os custos de produção do avicultor. Além disso, a demanda interna deve se aquecer, influenciada pela expectativa de crescimento econômico (o Boletim Focus do Banco Central indica que o PIB deve aumentar 2,55% neste ano). Para o mercado internacional, o USDA indica que as exportações de carne de frango devem registrar elevação de 2,4% entre 2018 e 2019.
ALGODÃO: EM 2018, INDICADOR PERMANECE EM ALTOS PATAMARES
As cotações do algodão em pluma se mantiveram em patamar elevado em 2018, especialmente no primeiro semestre, de acordo com informações do Cepea. Esse cenário está atrelado ao baixo estoque doméstico, à paridade de exportação positiva e à paralisação de caminhoneiros em maio. Além disso, pesquisadores do Cepea informam que o bom desempenho dos embarques da pluma na temporada 2016/17 (que limitou a oferta interna em 2018), os altos preços externos e a valorização do dólar frente ao Real também influenciaram a valorização do algodão durante os primeiros seis meses de 2018. No segundo semestre, por outro lado, os valores recuaram, devido à chegada de alguns lotes da nova temporada (2017/18) e ao fraco desempenho do mercado de derivados brasileiro. No balanço de 2018, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, subiu 15,04%, fechando a R$ 3,0657/lp no dia 28 de dezembro.