A retomada das exportações brasileiras de carne bovina à China animou agentes de mercado consultados pelo Cepea. Vale lembrar que os envios ao país asiático estavam suspensos desde o início de setembro deste ano. A expectativa de operadores do setor pecuário é de que a liquidez no mercado spot nacional se aqueça, embora a retomada da comercialização visando atender o mercado chinês possa demandar alguns dias. Do lado da procura, alguns frigoríficos indicam estar com as escalas de abate mais alongadas, mas especialmente de animais que são destinados ao mercado doméstico. Quanto à oferta, no campo, parte dos pecuaristas já se afastou das vendas neste ano, relatando que deve voltar a negociar apenas no início de 2022, tendo em vista questões fiscais. Além disso, a oferta de animais prontos para abate segue restrita. Por outro lado, os custos de produção em patamares elevados podem levar alguns produtores a disponibilizar novos lotes.
SUÍNOS: PREÇO DA CARNE RECUA; COMPETITIVIDADE AUMENTA
A competitividade da carne suína aumentou frente às concorrentes (bovina e de frango) nos últimos dias, conforme apontam os dados do Cepea. Esse cenário foi verificado devido às quedas nos preços da carne suína, apesar das baixas nos valores das substitutas. Agentes do setor suinícola esperavam que o mercado se aquecesse ao longo de dezembro, o que é típico para este período do ano, mas a oferta elevada de animais e a diminuição na demanda final têm pressionado as cotações da carne e também do animal vivo. Em relação à carne de boi, pesquisadores do Cepea afirmam que o baixo poder de compra da população também vem limitando a demanda pela proteína, mantendo enfraquecidos os valores da carcaça casada. Para o frango, a baixa liquidez da carne, tanto no mercado interno quanto no externo, faz com que vendedores reduzam os preços, buscando evitar aumentos nos estoques para o fim do ano.