Depois das fortes valorizações da arroba verificadas em novembro, produtores brasileiros estão ainda mais atentos à relação de troca para realizar a reposição dos animais. Segundo cálculos do Cepea, a reposição atual é uma das mais favoráveis ao recriador desde fevereiro de 2013. Esse cenário, segundo pesquisadores do Cepea, é resultado das altas mais intensas nos preços da arroba frente às observadas ao animal de reposição – de janeiro até a parcial de dezembro, o boi no mercado paulista registra valorização de 36%, enquanto que o preço do bezerro em Mato Grosso do Sul acumula alta de 20,2%. Assim, dados do Cepea mostram que, nesta parcial de dezembro, produtores do estado de São Paulo precisam de 7,34 arrobas para a compra de um bezerro em Mato Grosso do Sul (foram considerados os Indicadores do boi ESALQ/B3, mercado paulista, e o ESALQ/BM&FBovespa do bezerro, Mato Grosso do Sul), contra 8,31 arrobas/animal no mesmo mês do ano passado, ou seja, aumento de 11,74% no poder de compra nesse período. Para essas comparações, foram utilizados valores médios mensais, em termos reais (foram deflacionados pelo IGP-DI).
SUÍNOS: EXPORTAÇÕES ATÉ NOVEMBRO SÃO RECORDES PARA O PERÍODO
As exportações brasileiras de carne suína seguem em ritmo intenso, especialmente neste segundo semestre. O volume embarcado de janeiro a novembro deste ano, de 660,31 mil toneladas, é 13,7% superior ao de 2018, 4,5% maior do que o de 2017 e recorde para o período, conforme dados da Secex coletados desde 1997. Em novembro, especificamente, as exportações da proteína suína (considerando-se produtos industrializados e in natura) seguiram elevadas, mas diminuíram frente às de outubro, quando o volume enviado ao exterior foi recorde. Conforme dados da Secex, o Brasil exportou 65,8 mil toneladas de carne suína em novembro, volume 8,6% menor do que o embarcado em outubro, mas 13,6% acima do de novembro/18. Além do menor número de dias úteis em novembro frente ao mês anterior, a queda mensal das exportações esteve atrelada à diminuição dos embarques à China e Hong Kong. Juntos, os dois destinos, que encabeçam a lista dos principais compradores da carne suína brasileira, foram responsáveis por 63,2% dos embarques de novembro. Vale lembrar que os países asiáticos, especialmente a China, ainda sofrem os impactos da Peste Suína Africana (PSA), doença que reduziu significativamente a oferta local de suínos vivos e, consequentemente, de carne. Dessa forma, para poder atender à demanda interna, os países asiáticos têm importado grandes volumes da proteína brasileira.
MANGA: EMBARQUES AOS EUA SÃO RECORDES EM 2019
As exportações da manga brasileira aos Estados Unidos se iniciaram em agosto e devem terminar ainda na primeira quinzena de dezembro. De acordo com relatório do National Mango Board, até a semana 47 (de 18 a 23 de novembro), haviam sido embarcadas 9,79 milhões de caixas de 4 kg da fruta ao país, um recorde. Até o encerramento da safra, os envios aos EUA podem chegar a 10 milhões. Destaca-se que o último recorde brasileiro foi registrado em 2003, quando o País exportou 9,75 milhões de caixas aos Estados Unidos. Segundo colaboradores do Hortifrúti/Cepea, o aumento dos embarques em 2019 se deve, em grande parte, ao atraso das safras do Equador e do Peru.