Os preços do boi gordo (Indicador CEPEA/B3, estado de São Paulo) caíram 4% no acumulado de maio, fechando a R$ 321,40/arroba no dia 31. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão veio do crescimento na oferta de boi, como típico neste período do ano, quando as pastagens começam a se deteriorar, e o pecuarista acaba disponibilizando os animais para abate, visando evitar gastos com suplementação. Além disso, a fraca demanda doméstica por carne também reforçou o movimento de queda nos preços do boi gordo. Pesquisadores do Cepea indicam que o poder de compra da população brasileira está fragilizado, e demandantes buscam proteínas mais baratas, como ovos e frango, em detrimento da carne bovina. Neste cenário, as vendas de carne no mercado atacadista estiveram tão lentas em maio, que a carcaça casada do boi se desvalorizou 6,3% no acumulado do mês. Trata-se da maior baixa no acumulado de um mês desde janeiro de 2020, quando a retração foi de 8,16%.
SUÍNOS: COTAÇÃO DO VIVO NO MERCADO INDEPENDENTE É MENOR QUE NO INTEGRADO
Os valores pagos pelo suíno vivo no mercado independente encerraram o mês de maio em queda na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. A pressão veio tanto da maior oferta quanto da fraca demanda pela carne do animal. Diante desse cenário, os preços do suíno comercializado no mercado spot passaram a operar abaixo dos observados para os animais de produção integrada. Vale destacar que, historicamente, as cotações do suíno no mercado independente operam acima dos preços de produção integrada, devido aos maiores custos. No dia 31 de maio, o valor do suíno vivo de produção independente, posto no frigorifico no Oeste Catarinense, fechou com média de R$ 4,59/kg, queda de 24,4% em relação ao dia 29 de abril. Esse valor está abaixo do recebido por produtores integrados no dia 31, de R$ 5,07/kg. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário esteve atrelado à menor presença de compradores de suíno ao longo de maio no mercado spot, devido à redução das vendas da carne. Já no caso das integradoras, estas mantiveram o “preço-base” dos contratos com suinocultores integrados.