ARROBA – Os preços do boi gordo levantados pelo Cepea registraram ampla diferença entre os patamares mínimos e máximos no correr de novembro. Essa dispersão esteve atrelada às necessidades de aquisição de agentes. Enquanto alguns frigoríficos estavam com escalas alongadas e, portanto, sem emergência na compra de novos lotes, outros, com escalas menores, acabaram pagando preços mais elevados. Além disso, as distintas características dos lotes disponíveis no mercado também influenciaram os valores negociados. Nesse cenário, o Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa apresentou pequenas oscilações no correr do mês, mas o movimento no acumulado foi de alta, de 2,2%, fechando a R$ 148,30 no dia 30 de novembro.
CARNE X BOI – A diferença entre os valores da arroba do boi gordo e da carne seguiu se ampliando em novembro, com a carcaça superando o valor do animal pelo terceiro mês consecutivo. Na média de novembro, a arroba do boi gordo foi negociada no mercado paulista a R$ 146,26 e a da carcaça casada do boi, a R$ 152,10, diferença de 5,84 reais/@. No mês anterior, a diferença era de 2,94 reais/@ e em setembro, de 1,22 real/@, em termos reais (valores foram deflacionados pelo IGP-DI de outubro/18). Agosto foi um dos poucos meses deste ano em que a arroba do boi foi negociada acima da arroba da carne, com a diferença em 0,36 real/@ – os outros meses foram março e abril.
EXPORTAÇÃO – Em novembro, o Brasil embarcou 130,57 mil toneladas de carne bovina in natura, 3,95% abaixo do volume de outubro/18, mas 12,4% a mais que em novembro/17 e a maior quantidade para um mês de novembro, segundo a série da Secex. No acumulado deste ano (de janeiro a novembro), as exportações são recordes, somando 1,226 milhão de toneladas, 11,3% a mais que no mesmo período do ano passado. Quanto à receita, somou US$ 521,75 milhões em novembro, 1,51% abaixo da de outubro/18, mas 5,3% acima de novembro/17. Em moeda nacional, o faturamento foi de R$ 1,976 bilhão, 0,75% inferior à de outubro, mas 22,42% superior à de novembro/17, ainda segundo a Secex. De janeiro a novembro, a receita é a segunda maior da história, totalizando US$ 5,111 bilhões, 10,61% acima da registrada no mesmo período do ano passado. Em Reais, observa-se recorde no acumulado, de R$ 18,57 bilhões, 25,51% maior que em 2017.
ABATE – O volume de animais abatidos no Brasil voltou a crescer após quatro anos de queda consecutiva. Esse cenário mostra uma retomada do rebanho e da produtividade, depois das reduções ocasionadas pela forte seca que atingiu o Centro-Sul do País entre 2013 e 2014. Segundo dados divulgados pelo IBGE em novembro, no acumulado de janeiro a setembro deste ano, foram abatidos 23,73 milhões de animais no Brasil, número 4,06% superior ao do mesmo período do ano passado, 6,45% acima do de 2016 e 3,38% a mais que em 2015. No entanto, a quantidade abatida ficou 7% e 6,5%, respectivamente, abaixo das registradas em 2014 e em 2013. Considerando-se, especificamente, o terceiro trimestre, o volume de animais abatidos cresceu 7,2% frente ao mesmo período de 2017 e também o maior desde 2014. Esses dados ajudam a entender os movimentos de preços que ocorreram nos últimos anos e também em 2018. A maior oferta de animais em 2017 e 2018, devido ao aumento de produtividade, somada a um mercado doméstico desaquecido pressionaram as cotações ao longo do primeiro semestre de 2018. Quanto ao terceiro trimestre deste ano, especificamente, ainda que o volume abatido também tenha crescido no período, os preços internos do boi gordo chegaram a subir, mas, neste caso, o impulso veio sobretudo da forte demanda para exportação.