Os preços do boi gordo oscilaram no correr de fevereiro, movimento que esteve atrelado à entrada e à saída de operadores do mercado. Ao longo do mês, o Indicador do boi gordo ESALQ/B3 oscilou entre R$ 148,50 e R$ 152,75, fechando o dia 28 de fevereiro a R$ 150,20, queda acumulada de 2,02%.
Quando considerada a média do mês, o Indicador foi de R$ 150,38, sendo 1,22% inferior ao do mês anterior e 2,59% abaixo do de fevereiro do ano passado, em termos reais (valores foram deflacionados por IGP-DI de janeiro).
No geral, ainda que a demanda por animais para exportação estivesse um pouco mais aquecida ao longo de fevereiro, a típica procura doméstica enfraquecida em início de ano (por conta dos gastos extras deste período) limitou aumentos nos preços da arroba no mês. Além disso, a oferta de animais superior à demanda em alguns períodos fevereiro também reforçou o movimento pontual de queda nos preços.
No mercado atacadista da Grande São Paulo, o preço médio da carcaça casada bovina foi de R$ 10,44/kg em fevereiro, recuo de ligeiro 0,3% quando comparado ao mês anterior.
EXPORTAÇÃO – O mercado externo de carne bovina deve continuar sendo a válvula de escape neste ano para a manutenção de preços da arroba do boi gordo no mercado doméstico. Os dados consolidados de embarques de carne bovina in natura no segundo mês do ano mostram que este foi o melhor fevereiro da história, em termos de volume.
De acordo com dados da Secex, o Brasil exportou 115,45 mil toneladas de carne bovina in natura, um recorde para o mês e muito próximo do registrado em fevereiro/07 (115,39 mil toneladas). A quantidade embarcada no segundo mês de 2019 esteve quase 13% acima da de janeiro/19 e 18% superior à de fevereiro do ano passado.
A receita atingiu US$ 433,33 milhões, altas de 12,86% frente à de janeiro/19 e de 10,42% em relação à de fevereiro do ano passado, ainda segundo a Secex. Em moeda nacional, o montante gerado com as exportações de fevereiro foi de R$ 1,611 bilhão, crescimentos de 12,25% quando comparado ao de janeiro/19 e de 26,7% frente ao de fevereiro/18.
Essa receita elevada, por sua vez, foi consequência do maior volume exportado, visto que o preço pago pela tonelada de carne, US$ 3.753,2, se manteve estável em relação ao de janeiro/19 (US$ 3.748,4/t) e caiu 6,2% quando comparado a fevereiro/18 (US$ 4.000,4).
BEZERRO – O peso médio do bezerro negociado em Mato Grosso do Sul teve média de 194,91 quilos em fevereiro, de acordo com levantamento diário do Cepea. Esse é o menor peso para um mês de fevereiro, desde 2016, quando foi de 185,43.
O peso de animais é um dos indicadores da evolução da produtividade da pecuária. E essa redução no peso médio nos últimos anos em MS é resultado das altas temperaturas e do baixo volume de chuvas, que limitam a umidade do solo no estado. Assim, as pastagens comprometidas dificultam o ganho de peso de vacas e bezerros e resultam em peso menor dos animais. Esse cenário, por sua vez, influencia também os preços de comercialização desses animais.
Ao longo de 2018, o peso médio do bezerro foi de 195,05 kg/animal, atingindo o máximo de 203,92 kg em maio, tradicional mês de desmame dos animais. Já em 2019 (janeiro e fevereiro), o peso médio dos animais está em 197,45 kg, 1% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado, quando era de 199,44 kg.
Quando analisado todo o período de levantamento do Cepea (desde 2000), o ano com o maior peso dos animais foi 2017, com média anual de 205,73 kg/animal. Naquele ano, o peso máximo foi atingido em julho, de 216,33 kg.