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Boi: Preços do Boi Gordo Subiram no Correr de Março

Publicado 09.04.2019, 16:09
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Os preços do boi gordo subiram no correr de março, sustentados pela menor oferta de animais prontos para o abate e também pela demanda firme por novos lotes por parte de frigoríficos. No acumulado do mês, o Indicador do boi gordo ESALQ/B3 teve alta de 4,56%, fechando a R$ 157,05.

Em março, o Indicador teve média de R$ 157,45, sendo a maior nominal desde julho de 2016, quando foi de R$ 155,59. Já em termos reais, ou seja, considerando-se os efeitos da inflação, a média de março é a maior desde janeiro de 2019, quando esteve em R$ 154,13 (valores foram deflacionados pelo IGP-DI de fevereiro/19).

EXPORTAÇÃO - O mercado externo de carne bovina começa o ano de 2019, como o esperado, apresentando bom desempenho. O volume de carne bovina in natura exportado nos três primeiros meses do ano corrente foi o segundo maior da histórica, atrás apenas do verificado em 2007. A receita em moeda nacional recebida de janeiro a março, por sua vez, foi recorde. E as vendas externas de março contribuíram para que o setor atingisse esse resultado.

De janeiro a março deste ano, foram embarcadas ao exterior 336,4 mil toneladas de carne bovina in natura, 5,44% a mais que em 2018 e apenas 3,69% inferior ao registrado em 2007, segundo dados da Secex.

Quanto à receita, em moeda nacional, somou R$ 4,74 bilhões nesse período, sendo a maior da história e 12,4% acima da do mesmo período do ano passado. Em dólar, o montante somou US$ 1,258 bilhão nos três primeiros meses de 2019, recuo de 3,2% frente ao mesmo período de 2018, devido principalmente à queda do preço médio da carne bovina in natura exportada.

Especificamente em março, o volume exportado somou 118,52 mil toneladas de carne, aumento 2,66% frente ao de fevereiro, mostrando fortalecimento das vendas neste ano. Quando comparado a março de 2018, no entanto, houve recuo de 2,37%, ainda de acordo com a Secex – vale lembrar que esse recuo pode estar relacionado ao fato de março deste ano ter registrado menos dias úteis, por conta do carnaval.

A receita em Reais em março foi de R$ 1,69 bilhão, 5% acima da observada em fevereiro e 7,2% a mais que em março/18. Em dólar, atingiu US$ 441 milhões, alta de 1,77% frente a fevereiro/19, mas 8,44% inferior à de março/18.

Já o preço da carne bovina in natura exportada está em queda, contexto que até limita os ganhos em receita. Em março/19, o preço médio foi de US$ 3.720,8/tonelada, 0,86% inferior ao de fevereiro/19 e 6,21% menor que o de março/18, ainda segundo a Secex. Na média do primeiro trimestre, a tonelada de carne bovina in natura foi vendida a US$ 3.740,7, sendo 8,36% inferior à do mesmo período de 2018 e a menor desde 2010.

PRODUTIVIDADE - Maior produtor de animais do Brasil, o estado de Mato Grosso agora lidera também o ranking da produtividade. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2018, a produtividade mato-grossense atingiu 266,36 quilogramas de carne por animal, em média (aqui consideram-se os abates de bois, vacas, novilhos e novilhas), ficando acima da observada em São Paulo que, desde 2012, sustentava o posto de maior produtividade nacional.

No ano passado, ainda de acordo com o IBGE, a produtividade média nacional foi de 249,23 quilos/animal, 0,21% acima da observada em 2017. Assim, a produtividade média mato-grossense em 2018 ficou 6,87% acima da média Brasil. A paulista, por sua vez, ficou 6,65% superior à média brasileira. De 2017 para 2018, enquanto a produtividade de Mato Grosso aumentou 0,1%, a de São Paulo caiu 0,2%.

O crescimento da produtividade em Mato Grosso está atrelado aos implementos de melhores práticas de manejo e de genética e, principalmente, à alimentação abundante. Vale lembrar que o estado é, também, o maior produtor de grãos, favorecendo a atividade pecuária. Esse cenário evidencia que o consórcio da integração lavoura-pecuária contribui efetivamente para a pecuária mato-grossense.

Já a queda na produtividade paulista pode ser reflexo do menor uso de grãos na alimentação animal em parte do ano passado, diante dos elevados custos. Isso pode ter levado pecuaristas a focarem mais na alimentação a pasto.

O terceiro estado mais produtivo de 2018 é Goiás, com 255,97 kg/animal, ou seja cerca de 10 quilos/animal abaixo de Mato Grosso e de São Paulo. Isso mostra que o estado goiano ainda tem muito potencial de crescimento.

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