Os preços do boi gordo seguiram oscilando com certa força no mercado nacional. No correr de abril, o Indicador ESALQ/B3 do boi gordo esteve entre R$ 154,00 e R$ 159,20, ou seja, diferença de 5,2 Reais/@.
Essa disparidade está atrelada à entrada e à saída de operadores do mercado – é comum, por exemplo, que, num mercado de oferta limitada, lotes negociados em preços maiores num determinado dia não sejam relatados no dia seguinte, seja em função de retração da ponta compradora, seja da vendedora.
No acumulado de abril, o Indicador ESALQ/B3 registrou queda de 1,34%, fechando o mês a R$ 154,95. Apesar disso, o valor médio mensal do Indicador, de R$ 157,29, foi 2,86% superior ao do mês anterior e o maior, em termos reais, desde fevereiro do ano passado, quando a média real foi de R$ 157,98 – os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de março/19. Esse cenário indica relativa firmeza nos preços neste ano, que vem sendo marcado pela oferta restrita de animais para abate e também pelo bom desempenho das exportações.
Já no mercado atacadista de carne da Grande São Paulo, os preços subiram tanto no acumulado de abril quanto na comparação mensal. Entre 29 de março e 30 de abril, a carcaça casada do boi gordo se valorizou 3,07%, fechando o mês a R$ 10,76/kg. Considerando-se a média de abril, de R$ 10,69/kg, ficou 0,85% acima da de março e a maior, em termos reais, desde janeiro deste ano, quando esteve em R$ 10,72/kg.
Com os preços do boi gordo acumulando queda no correr de abril e os da carcaça registrando alta, no balanço mensal, os valores da arroba da carne voltaram a superar os do animal. Vale lembrar que, na primeira dezena de abril, depois de sete meses, os valores médios da arroba do boi estavam sendo negociados acima dos da carne.Em abril, a média da carcaça casada do boi (de R$ 160,35) ficou 3,06 Reais/@ acima da do boi (de R$ 157,29). Essa diferença diminuiu frente à observada em março, que foi de 6,09 Reais/@.
REPOSIÇÃO – Levantamento realizado pelo Cepea mostra que, em abril, entre as leiloeiras acompanhadas, praticamente 100% dos lotes ofertados foram comercializados. O ritmo de negócios, no entanto, esteve relativamente lento no correr do mês. Pecuaristas se mostraram cautelosos para novas compras, visto que a relação de troca de boi gordo por animal de reposição (nelore de 8 a 12 meses) não está muito favorável – abaixo de dois animais na maioria dos estados acompanhados pelo Cepea.
Vale lembrar que o período de abril a junho é caracterizado pela desmama, o que, consequentemente, eleva a oferta de animais, com pico verificado em maio. Quanto aos preços, apesar da expectativa de aumento na oferta, os valores dos animais de reposição podem seguir firmes, caso a demanda fique aquecida.
No acumulado de abril, o Indicador do bezerro ESALQ/BM&FBovespa (Mato Grosso do Sul) teve alta de 3,28%, fechando a R$ 1.279,91 no dia 30. Em comparação com o mesmo período do ano passado, a valorização foi de 8,67%. Esse contexto, por sua vez, desfavorece a relação de troca.
EXPORTAÇÕES – Em abril, o Brasil embarcou 109,80 mil toneladas de carne bovina in natura, 7% inferior ao volume de março/19, mas 57% acima do de abril, segundo dados da Secex.