Mesmo com as exportações de carne bovina em ritmo intenso – e, consequentemente, ajudando a limitar a oferta doméstica –, os preços do boi gordo encerram outubro em queda, após terem subido por três meses consecutivos. De acordo com pesquisas do Cepea, a pressão vem da maior oferta de animais de confinamento e também da menor demanda por parte de frigoríficos, que vêm recebendo lotes de boi já contratados anteriormente. Somando a isso, a demanda interna por carne bovina ainda segue arrefecida, o que está atrelado à lenta recuperação da economia brasileira. No acumulado de outubro (até o dia 31), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa do boi gordo (estado de São Paulo, à vista) registra queda de 4,38%, fechando a R$ 145,15 nessa quarta-feira, 31.
SUÍNOS: EM OUTUBRO, CARNE SUÍNA PERDE COMPETITIVIDADE EM RELAÇÃO À BOVINA
De acordo com pesquisas do Cepea, em outubro, os preços das três proteínas mais consumidas no Brasil – suína, frango e bovina – subiram no mercado atacadista da Grande São Paulo. As valorizações verificadas para as carnes suína e de frango, no entanto, têm sido bem mais intensas que as registradas à bovina. Diante disso, a carne suína perdeu competitividade frente à bovina e manteve praticamente estável a diferença com a de frango. Quanto aos preços do animal vivo em outubro, com a menor oferta de animais para abate e a demanda ainda sem se aquecer, as cotações do animal atravessaram a segunda metade do mês sem grandes alterações.
FRANGO: MILHO E FARELO EM BAIXA E ANIMAL EM ALTA ELEVAM PODER DE COMPRA
As recentes quedas nos preços do milho e do farelo de soja, importantes insumos da atividade avícola, atreladas às recuperações nos valores do frango vivo têm favorecido o poder de compra de produtores independentes do estado de São Paulo consultados pelo Cepea. De acordo com a Equipe de Grãos do Cepea, as quedas nos preços do milho se devem à posição mais ativa de vendedores e ao menor interesse de compradores. Além disso, o clima favorável e o fraco desempenho das exportações nesta safra também pressionam os valores domésticos do cereal. Quanto ao farelo, a Equipe de Grãos do Cepea indica que a maior oferta do derivado de soja frente à demanda reduzida pressiona as cotações do produto. No mercado de frango vivo, o movimento está atrelado à menor oferta de animais para abate. Neste caso, o elevado custo de produção na maior parte deste ano e a demanda arrefecida levaram agentes a reduzirem ou deixarem a atividade avícola.
CEBOLA: COLHEITA DA SAFRA 2018/19 TEM INÍCIO NO FIM DE OUTUBRO
A colheita de algumas áreas de cebola super precoce do Sul do País da safra 2018/19 teve início no fim de outubro. O volume ainda deve ser pequeno, com previsão de aumento para novembro. Durante o plantio, que começou em maio e foi finalizado em agosto, produtores do Paraná e de Santa Catarina consultados pelo Cepea tiveram problemas com a falta de água, sendo necessário o replantio das mudas, uma vez que não germinaram satisfatoriamente. Os resultados desta safra dependem basicamente do comportamento do clima no verão. Isso porque a grande possibilidade de El Niño pode ocasionar chuvas acima do normal na região Sul e, consequentemente, prejudicar a produção.