PREÇOS INTERNOS: Patamares nominais da arroba e da carne seguem recordes – Os preços do bezerro, do boi gordo e da carne seguiram em alta em outubro, impulsionados pela baixa oferta e também pela demanda aquecida. Em termos nominais, ou seja, sem considerar os efeitos da inflação, os patamares observados no mês para a arroba do boi e para a carne no atacado foram os maiores das séries históricas do Cepea, iniciadas respectivamente em 1994 e 2001. No caso do bezerro, os patamares nominais de abril de 2016 superam os atuais. No caso do bezerro (Indicador ESALQ/BM&FBovespa, Mato Grosso do Sul), no acumulado do mês (de 30 de setembro a 31 de outubro), a alta foi de 1,32%, fechando a R$ 1.387,63 no dia 31. A média mensal, de R$ 1.357,87, superou em 1,5% a de setembro e em 11,3% a de outubro/18, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de setembro/19).
Para o boi gordo, a elevação no acumulado de outubro foi de 5,24%, com o Indicador ESALQ/B3 fechando a R$ 170,70 no dia 31 – esse é o maior patamar real desde julho de 2016, quando a média mensal do Indicador foi de R$ 175,74. A média de outubro foi de em R$ 163,26, respectivas elevações de 3,12% e de 7% quando comparada às médias de setembro/19 e outubro/18. No caso da carne negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo, para a carcaça casada de boi, houve valorização de 8,1% no acumulado do mês, com o preço à vista fechando a R$ 11,74/kg no dia 31. Em outubro, a média foi R$ 11,25/kg, aumento mensal de 4,84% e anual de 8,44%, também em termos reais.
EXPORTAÇÕES: Volume e receita em Reais são recordes – O volume de carne bovina in natura exportado em outubro também foi recorde. Segundo dados da Secex, foram embarcadas 160,1 mil toneladas no mês, sendo quase 30% acima do volume de setembro/19 e 18% a mais que em outubro do ano passado. Com o preço pago por tonelada acima de US$ 4 mil e com o dólar acima de R$ 4,00, o resultado foi receita em Reais recorde, de R$ 2,92 bilhões.
RELAÇÃO DE TROCA: Relação de troca piora ao recriador – Apesar das altas nos preços do boi gordo, a quantidade de arrobas necessárias para a compra de um bezerro aumentou em outubro de 2019 frente ao mesmo período de 2018. Isso indica que o pecuarista precisa investir e produzir um animal mais pesado para conseguir fazer a reposição. Esse cenário, por sua vez, está atrelado às altas anuais mais intensas nos preços do bezerro frente às observadas para a arroba. Dados do Cepea mostram que, em outubro, produtores do estado de São Paulo precisaram de 8,32 arrobas para a compra de um bezerro em Mato Grosso do Sul (aqui foram considerados os Indicadores do boi ESALQ/B3, mercado paulista, e o ESALQ/BM&FBovespa do bezerro, Mato Grosso do Sul).
A relação esteve 1,6% abaixo da verificada em setembro, mas 4% acima da registrada em outubro do ano passado, ou seja, produtores precisam, em 2019, de mais arroba para fazer a reposição – os cálculos foram realizados todos em termos reais (valores foram deflacionados pelo IGP-DI de setembro/19). A menor relação deste ano foi registrada em abril, de 7,96 arrobas. De janeiro a outubro, a relação de troca média está em 8,29 arrobas, contra 8,13 arrobas no mesmo período do ano passado. A reação nos preços de animais para reposição um pouco mais intensa neste ano, por sua vez, está atrelada à restrição de oferta de animais ao longo deste ano, o que, por sua vez, pode ser resultado do crescente volume de fêmeas (novilhas e vacas) abatidas no País nos últimos trimestres. Além disso, a demanda brasileira por animais para abate está firme, tendo em vista o bom desempenho das exportações.